É comum que os novos investidores se questionem sobre o motivo de uma mesma ação ser negociada com diferentes códigos na bolsa de valores. O Santander Brasil, por exemplo, tem ações negociadas tanto por SANB3, como SANB4 ou ainda SANB11. Logo, o que muda para o investidor ao escolher uma ação de final 3 e não 4?
Ações preferencias (PN): dividendos
As ações preferenciais – representadas pela sigla PN de ‘preferenciais nominativas’ cujo final é o número 4 após o código da companhia listada em bolsa – são aquelas que priorizam o pagamento de dividendos para quem investe nelas. O que significa que o investidor de uma ação terminada com o número 4 tem a preferência em receber um percentual maior do que o distribuído aos acionistas que investem nas ações ordinárias – de final 3. Exemplo: SANB3 e SANB4.
Ações ordinárias (ON): direito a voto
Por outro lado, as ações preferenciais não dão o direito a voto nas assembleias de acionistas das respectivas companhias listadas em bolsa, o oposto do que acontece com as ações ordinárias – identificadas com a sigla ON e com final 3 após o ticker. No entanto, esse ponto é crucial para aqueles investidores que venha a deter uma quantidade relevante de ações na referida empresa. Isso porque a participação do acionista nas assembleias será proporcional ao volume de ações compradas por ele.
No entanto, esse tipo de papel dá a garantia de proteção aos sócios minoritários em casos de mudança na composição societária – um direito conhecido como ‘tag along’ (que em tradução livre significa ‘direito de ir junto’). Caso uma empresa mude o seu controlador, os sócios que têm ações ordinárias podem vender suas ações para o novo administrador, garantindo ao menos 80% do valor de mercado. Logo, o novo controlador deverá oferecer no mínimo 80% do valor dos papeis para todos os acionistas minoritários com direito a voto, ou seja, aqueles que investem nas ações ordinárias (ON).
Units: mix ON e PN
Neste caso, a empresa listada oferece aos acionistas um mix entre as ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN). “É como se as units fossem um pacote que inclui ações ON e PN”, diz Murilo Breder, analista do Nu Invest. O que significa que se uma empresa diz, por exemplo, que vai distribuir dividendos de um real para quem tem ações ordinárias e de dois reais para quem tem ação preferencial, o investidor que tiver uma unit vai receber ao todo três reais em dividendos.
Segundo Breder, normalmente as units são criadas para gerar liquidez a uma ação. Um exemplo é quando há dois ativos – um ordinário e um preferencial – mas que os investidores estão distribuídos entre os dois e nenhum deles têm uma liquidez significativa. Logo, cria-se uma unit (uma combinação de ordinária com preferencial). “Mas daí todo o mercado migra para essa unit. É o caso de Taesa e de Alupar, já que ninguém negocia TAEE3, TAEE4, ALUP3 ou ALUP4, mas sim, negocia-se as units: ALUP11 e TAEE11”. Logo, este é um mecanismo para aumentar a liquidez dos papeis, aponta o analista.
Veja neste Cafeína todas as particularidades dos diferentes tipos de ações negociadas em bolsa e como escolher.
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