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Finanças

Acumulando alta de 7,9% na semana, Bolsa fecha acima dos 80 mil pontos

Ibovespa não tinha este desempenho desde o dia 13 de março

bolsa de valores

O Ibovespa, principal índice da B3, estaria novamente retomando a sua performance. Nesta terça-feira (28) o pregão voltou a fechar acima dos 80 mil pontos. O índice encerrou o dia com alta de 3,93% aos 81.312 pontos. Nos últimos dois dias, o Ibovespa acumulou ganhos de 7,94%, reconquistando o patamar dos 81 mil pontos, pela primeira vez desde 13 de março. O volume negociado do pregão foi de R$ 26,678 bilhões.

A calma no cenário político e o aceno para estratégias fiscais estariam deixando os mercados contentes.

O dólar comercial, fechou em queda de 2,59% cotado a R$ 5,517, seguindo o cenário internacional com maior apetite a risco. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,619.

Entre as ações mais negociadas do dia, duas tiveram ganhos acima de 10%. É o caso da Via Varejo (VVAR3), que saltou 19,42% e o Banco do Brasil (BBAS3), que disparou 13,43%. Entre as mais negociadas também estavam a Petrobras (PETR4), com alta de 4,86%, que teve ganhos após o divulgar relatório de produção e contrariando a queda do petróleo internacional.

No primeiro trimestre de 2020, a petroleira produziu 2,909 milhões de barris de óleo por dia. O que representou uma alta de 14,6% em comparação ao mesmo período no ano passado quando sua produção foi de 2,538 milhões de barris por dia. Em relação a produção do quarto trimestre de 2019, houve uma retração de 3,8%.

Os bancos Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), também integravam este grupo com alta de 8,77% e 8,25%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da Via Varejo (VVAR3) que disparou 19,42%, cotada a R$ 9,04. Este é o segundo dia de fortes ganhos da varejista, que na segunda-feira (27), subiu 17,31%. A alta este relacionada a aquisição da logística ASAPLog. Com a retomada dos negócios em maio, a Via Varejo também anunciou que as vendas das 200 lojas após a quarentena serão próximas do nível que tinham antes da pandemia. Nos dois últimos dias o ganho foi de 41,69%.

Entre as maiores altas do dia, todas tiveram ganhos acima de 10%, entre estas: o setor de aviação e viagens, CVC Brasil (CVCB3), AZUL (AZUL4) e Smiles (SMLS3) com altas de 14,48%, 13,75% e 12,95%, respectivamente. Subiu também o Banco do Brasil (BBAS3), avançando 13,43%.

A maior queda do dia foi da IRB Brasil (IRBR3), que caiu 4,86% e teve seus papéis negociados a R$ 9,00. Outros ativos resilientes também foram afetados: a Suzano (SUZB3) perdeu 3,62%, com a queda do dólar e a baixa dos preços de celulose na China. Caíram também o Pão de Açúcar (PCAR3) e a RUMO (RAIL3), 3,50% e 2,27%, respectivamente.

Cenário interno

Divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apontou para uma leve deflação de 0,01% nos 15 primeiros dias de abril. Com cenário de inflação baixa – e até mesmo negativa-, o caminho fica praticamente livre para que o Comitê de Política Monetária (Copom) volte a cortar a taxa básica de juros Selic na próxima semana.

Embora possa aquecer a atividade econômica, a redução da taxa Selic, que já está na sua mínima histórica de 3,75% ao ano, tende a enfraquecer o real, uma vez que afasta investidores estrangeiros em busca de ganhos atrelados aos juros do país.

O investidor também digere a nomeação André Mendonça como ministro da Justiça e Segurança Pública, além da confirmação do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Maurício Valeixo; Ramagem é próximo do clã Bolsonaro

O setor de serviços foi o primeiro a demonstrar, nos dados oficiais, o efeito da crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus. De acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Economia, o número de pedidos de seguro-desemprego feitos no mês de março aumentou 1,42% nesse ramo da economia, passando de 206.174 no mês em 2019 para 209.105 no mesmo período deste ano. Os dados de abril ainda não foram divulgados.

Saiba mais em: Seguro-desemprego: setor de serviços é o primeiro a demonstrar efeitos da crise

O Cisne e o Patinho Feio

Com um bom desempenho nos últimos dias, a pergunta que fica é: o que impulsionou a boa performance da Via Varejo (VVAR3). Para Giácomo Diniz, professor de finanças do Ibmec, a alta do papel se deve aos novos investidores pessoa física, que entraram na bolsa em tempos de pandemia e enxergam a Via Varejo com a esperança de que ela se torne a nova Magazine Luiza (MGLU3). “Com a aquisição desta nova empresa de logística ASAPLog pela Via Varejo corroboramos a tese de que a companhia está se movendo em direção análoga a concorrente Magazine, contudo acredito que os desafios ainda são muito grandes”, explica Diniz que defende que as pessoas comprando a ação é mais uma questão de fluxo otimista do que fundamento.

Na outra ponta, Diniz avalia que a IRB Brasil (IRBR3) também é vítima do fluxo, porém pessimista dos investidores que ao ver uma companhia com a reputação manchada estão desistindo do papel e procurando outras oportunidades na bolsa. “Conversei com outros investidores que compartilham o mesmo pensamento. A Via Varejo sofre de excesso de otimismo enquanto a IRB se consome pelo pessimismo”, conclui.

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