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Finanças

B3 corta dado de entrada de estrangeiros em 2021 em R$ 60,8 bi após erro

Bolsa identificou um equívoco metodológico, divulgado em abril, que havia distorcido os números desde outubro de 2020.

Fachada da entrada principal da B3 em São Paulo
Fachada da entrada principal da B3 em São Paulo, Brasil 22/12/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

A B3 anunciou nesta sexta-feira (20) a revisão do saldo de recursos estrangeiros que entrou na bolsa brasileira em 2021 de R$ 102,3 bilhões para R$ 41,5 bilhões.

A revisão ocorre após a operadora da bolsa identificar um erro metodológico, divulgado em abril, que havia distorcido os números desde outubro de 2020.

Além disso, a B3 disse que a revisão anunciada nesta sexta-feira também inclui uma antecipação temporal da liquidação das operações de compra e venda em ofertas de ações, sejam subsequentes (follow-ons) ou iniciais (IPOs).

Antes, as operações realizadas por estrangeiros em ofertas de ações eram contabilizadas pela B3 apenas na divulgação pelas empresas do anúncio de encerramento de oferta, o que pode demorar até seis meses. Agora, o dado leva em conta as informações de liquidação da própria bolsa, que leva apenas dias.

“Agora fica possível conciliar os movimentos do mercado primário e secundário. Se algum investidor estrangeiro vendeu no mercado secundário para fazer uma aquisição em IPO, a gente vai mostrar ao mesmo tempo a venda no (mercado) secundário e a compra no primário”, disse Luís Kondic, diretor de produtos e dados da B3, a jornalistas.

Caso a B3 tivesse revisado os números de 2021 apenas pelo erro metodológico, o impacto negativo seria de R$ 77,9 bilhões. No entanto, devido à mudança temporal na liquidação das operações em IPOs e follow-ons, que possui efeito positivo de R$ 17,1 bilhões, o dado total caiu 60,8 bilhões frente ao que havia sido divulgado anteriormente, para R$ 41,5 bilhões.

Para 2020, o impacto total no dado de entrada e saída de estrangeiros foi positivo em R$ 3,3 bilhões, o que fez com que o saldo, até então divulgado como saída de R$ 2,6 bilhões da B3 no ano, ficasse positivo em cerca de R$ 700 milhões.

O impacto em 2020 é menor dado que o erro metodológico começou em outubro daquele ano, quando a B3 passou a oferecer operações de empréstimos em tela, disse Kondic.

Erro metodológico

O erro metodológico divulgado em abril está relacionado à inclusão de operações de empréstimo de ações em tela a partir de outubro de 2020. Esses dados não deveriam ter sido incluídos como entrada e saída de estrangeiros, porque não há fluxo financeiro na operação, segundo a B3.

Na ocasião da revisão em abril, o saldo de fluxo estrangeiro na bolsa brasileira foi corrigido de entrada de R$ 91,1 bilhões para R$ 64,1 bilhões no primeiro trimestre.

O saldo atual total em 2022 é de entrada de R$ 49,3 bilhões, até 18 de maio, já incluso o efeito da mudança na contabilização temporal de ofertas de ações.

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