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Finanças

B3 vai lançar empréstimo de títulos públicos; veja como funciona

Compromissadas de papéis, que já eram negociadas no mercado de balcão, passam a ser intermediadas pela bolsa.

A B3 (B3SA3) anunciou nesta segunda-feira (12) que vai lançar, em breve, empréstimos e compromissada de títulos públicos federais (TPFs). Enquanto o empréstimo de títulos do Tesouro é novidade, a compromissada já era negociada no mercado de balcão, e agora terá a B3 como contraparte central nas operações.

O lançamento dos produtos será feito de forma gradual e estará disponível apenas para investidores institucionais, como fundos de investimento e family offices. A compromissada será lançada em setembro. Já o empréstimo, a partir de outubro, segundo a B3.

b3 ibovespa
Fachada da entrada principal da B3 em São Paulo, Brasil 22/12/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

A custódia dos títulos ficará no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), ao passo que a B3 fará o registro e liquidação, assumindo o risco das operações. Ambos os produtos estarão disponíveis pelo sistema BTB, já usado para empréstimo de ativos listados pela B3.

Como funciona o empréstimo de títulos públicos

As operações permitem que os títulos sejam transferidos do detentor original (quem concede o empréstimo) para a contraparte (quem toma o empréstimo) e fiquem disponíveis para livre movimentação.

O empréstimo de títulos públicos vai funcionar da mesma forma que o aluguel de ações negociado na B3. A modalidade permite que um investidor empreste a outro seus ativos, em troca de uma taxa por esse empréstimo. Quem pega esses ativos emprestados ganha com a diferença entre a venda e a recompra deles neste período.

O que muda para o investidor

Segundo a B3, o maior benefício será a participação da bolsa como contraparte nas operações. “Isso permitirá a redução do risco de crédito e de liquidação financeira, além da possibilidade de acesso a novas contrapartes, ausência da necessidade de controlar a garantia da contraparte e controle dos contratos em um único sistema”, explicou por nota Afonso Rossatto, superintendente de produtos de renda fixa na B3.

Segundo a B3, o empréstimo de títulos públicos deve possibilitar um mercado novo, voltado para instituições que queiram rentabilizar a carteira e incrementar receitas, como fundos de pensão e fundações. Já a compromissada, hoje voltada para um mercado restrito, estará disponível para players que não acessavam o produto.

“Os pequenos e os novos players devem se beneficiar especialmente dessas operações já que, naturalmente, apresentam maior risco de crédito. Com a B3 como contraparte garantidora, o risco é reduzido e esses participantes terão acesso a melhores oportunidades de negócio”, disse por nota Emanuel Lobão, gerente de Produtos de Renda Fixa na B3.

Quem pode participar

Os produtos foram desenvolvidos a partir de uma demanda do mercado e são dirigidos aos investidores institucionais, sendo operacionalizados por agentes como corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, bancos múltiplos, bancos comerciais e bancos de investimento.

*Notícia em atualização

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