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Finanças

Bolsa encosta nos 100 mil pontos com dados do varejo; dólar cai a R$ 5,34

Segundo o IBGE, as vendas do comércio varejista subiram 13,9% em maio ante abril.

bolsa de valores

Hoje é dia de alegria no mercado financeiro, o Ibovespa, principal índice de B3, fechou em alta de 2,05% aos 99.769 pontos nesta quarta-feira (8). Por pouco e a bolsa de valores não atingiu os 100 mil pontos, margem esperada pelos investidores desde maio.

O varejo puxou a alta do índice, com resultados melhores do que esperado pelos especialistas. Segundo dados do IBGE, as vendas do varejo subiram 13,9% em maio ante abril. Enquanto, as projeções dos analistas eram uma alta de 5,9%, no máximo um crescimento de 11,60%.

Nos Estados Unidos, continuam aumentando os casos de coronavírus. Na maior economia do mundo há cerca de 3 milhões de infectados que deixam a saúde pública em uma situação complexa. O estado da Flórida, por exemplo, enfrenta escassez de leitos de UTI. Contudo, isso não impediu a alta dos índices americanos, Nasdaq subiu 1,44%, enquanto Dow Jones avançou 0,68% e o S&P 500 valorizou 0,78%.

No entanto, com este cenário o dólar enfraqueceu. Nesta quarta-feira (8), o dólar comercial fechou em queda de 0,711%, cotado a R$ 5,347. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,391.

No cenário interno, mesmo após o presidente Jair Bolsonaro anunciar na terça-feira (7) que está infectado com Covid-19, não houve grande repercussão nos mercados. Embora o Ibovespa caiu no dia anterior, Rafael Bevilacqua, estrategista chefe da Levante não enxerga grandes impactos na bolsa de valores. “Existe uma letalidade no coronavírus, mas não vejo que isso coloque em risco novamente a estabilidade política. A visão é que se ele aguentou uma facada pode aguentar a Covid”, aponta.

Para o especialista, a alta no varejo foi muito favorável para o investidor porque comprova que a recuperação econômica pode acontecer mais rápido do que pensávamos.” O crescimento de 13,9% foi bem acima do projetado. A queda comparada com 2019 foi leve. Em maio tudo estava parado, Os investidores achavam que a retomada seria lenta. Mas, este indicador prova o contrário”, defende.

Entre as ações mais negociadas do dia subiram a Petrobras (PETR4) e a Vale (VALE3), que avançaram 1,89% e 1,69%, respectivamente. A Vale teve desempenho positivo com alta do minério de ferro e demanda da China por aço resiliente.

Com os indicadores positivos do setor, a Via Varejo (VVAR3) também se deu bem e subiu 3,22%. Já os bancos, que comandaram a queda na terça-feira (7) com limite dos juros do cartão de crédito e cheque especial, tiveram alta expressiva em movimento de correção. As ações do Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) fecharam em alta de 3,41% e 2,16%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

Um dos destaques positivos desta quarta foi a Braskem (BRKM5) que disparou 6,51%. O desempenho da companhia foi impulsionado pela notícia de que após 2 anos de restrição, o Itaú BBA retomou a cobertura da empresa, com recomendação neutra e preço de R$ 27.

Ainda no noticiário corporativo, a MRV (MRVE3) teve alta de 4,50%, após registrar recorde de vendas no segundo trimestre do ano, especialmente com repasses do programa Minha Casa, Minha Vida. As vendas entre abril e junho somaram R$ 1,81 bilhão.

Outra boa notícia foi a Camil Alimentos (CAML3) que avançou 2,59%. maior empresa do mercado de arroz e feijão do Brasil. Ela anunciou um lucro líquido de R$ 109,5 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 119,8%.

Entre os destaques negativos, recuaram as companhias aéreas. A Gol (GOLL4) teve queda de 1,54%. Já AZUL (AZUL4) fechou em leve alta de 0,14%. O governo Federal aprovou ontem medida provisória sobre reembolso e remarcação de passagens canceladas durante a pandemia. Apesar da notícia ser positiva para o setor ainda há desafios para o retorno da demanda de viagens. Recuou também a CVC Brasil (CVCB3), que teve queda de 6,07%.

Cenário doméstico

Os dados de vendas no varejo em maio ante abril acima das previsões e a aceleração dos preços trazida pelo IGP-DI e o IPC-S de junho também ajudam na baixa do dólar, ao corroborar para uma pausa no afrouxamento monetário, reforçando as chances de Selic estável em 2,25% em agosto.

As vendas do comércio varejista subiram 13,9% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo “Projeções Broadcast”, que esperavam uma alta entre 0,90% e 11,60%, com mediana positiva de 5,90%. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 19,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, superando o teto do intervalo das estimativas dos analistas, entre 0,50% e 13,10%, com mediana positiva de 7,70%.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 1,60% em junho, após um avanço de 1,07% em maio, acima da mediana estimada de 1,40%, mas dentro do intervalo das previsões do mercado financeiro, que estimavam uma alta desde 1,10% a 1,75%, de acordo com as instituições ouvidas pelo “Projeções Broadcast”. Já o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou a 0,50% na primeira quadrissemana de julho, de 0,36% em junho.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York chegaram a oscilar durante o pregão desta quarta-feira, 8, mas tiveram pregão positivo, ganhando fôlego na reta final. A reabertura econômica nos Estados Unidos, avanços na busca por uma vacina para a covid-19 e a perspectiva de continuidade no apoio das políticas fiscal e monetária ampararam o movimento, que levou o índice Nasdaq a registrar nova máxima histórica de fechamento.

O índice Dow Jones registrou alta de 0,68%, em 26.027,28 pontos, o Nasdaq subiu 1,44%, a 10.492,50 pontos, e o S&P 500 avançou 0,78%, a 3.169,94 pontos.

Entre os setores, tecnologia, finanças e serviços de comunicação puxaram as altas. No caso do primeiro, influenciou o ganho de 3,44% da ação da Apple, que bateu recorde histórico de preço pouco antes do fechamento, de acordo com a imprensa americana. No ano, o papel se valoriza mais de 30%, com investidores apostando nas grandes do setor de tecnologia nesse quadro de pandemia e mobilidade ainda restrita.

O presidente americano, Donald Trump, tem insistido que manterá a reabertura da economia, pressionando agora pela reabertura das escolas no outono local, que começa em 22 de setembro. Com isso, nos mercados tem ficado em segundo plano a continuidade da disseminação da covid-19 pelo território americano e suas ameaças à atividade.

As pesquisas por uma vacina contra o vírus continuam a chamar a atenção, embora não haja garantias de nada até o momento. Hoje, a ação da Moderna subiu 0,80%, após a companhia informar que deve começar em julho a fase 3 do estudo de sua candidata à vacina.

Em relatório, a Oxford Economics comenta que as bolsas americanas têm sido as mais beneficiadas pelo grande aumento recente na liquidez. A consultoria vê, porém, risco de baixa “elevado” adiante para os índices acionários em Nova York, apontando para a desaceleração nesse avanço da liquidez.

*Com Estadão Conteúdo

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