Finanças

Bolsa fecha em queda de 0,31% mas tem maior série de ganhos semanais desde 2017

Esta é a sétima semana consecutiva de alta do Ibovespa, com valorização de 2,5%.

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 6 min

Dia de forte volatilidade nos mercados, a sexta-feira (18) foi marcada por tensões políticas. O Ibovespa chegou a alcançar os 119.370 pontos na sua máxima intradia, mas passou a operar com instabilidade no período da tarde. O índice da B3 fechou em leve baixa de 0,31% aos 118.400 pontos.

Apesar da queda de hoje, esta é a sétima semana consecutiva de alta do Ibovespa, com valorização de 2,5%. O índice engatou a maior sequência de ganhos semanais desde 2017.

Nos Estados Unidos, os investidores estão impacientes com a falta de acordo entre os republicanos e democratas para aprovar o pacote de estímulos de US$ 900 bilhões. “Tivemos uma disputa mais ferrenha entre a manutenção do otimismo e a tentativa de uma realização”, afirma Murilo Breder, analista da Easynvest.

As tensões políticas com a China também pesaram em Wall Street. Nesta sexta-feira circularam notícias de que os EUA deve barrar dezenas de empresas chinesas. As bolsas americanas fecharam no vermelho, Dow Jones caiu 0,25%, o índice S&P 500 recuou 0,17% e Nasdaq desvalorizou 0,13%.

Também foi um dia negativo na Europa, puxado pela deterioração aparente das negociações de um acordo pós-Brexit entre Londres e Bruxelas e catalisado pela volatilidade do quadruple witching, fechamento simultâneo de quatro tipos de contratos futuros ligados a ações. A maior queda foi da Bolsa de Madri (IBEX 35) que fechou em baixa de 1,42%, a 8.037,40 pontos

No Brasil, o embate político entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia puxou o índice para a queda. O presidente culpou Maia pelo fato da 13ª parcela do Bolsa Família não ter sido votada no Congresso Nacional. Porém, o ministro da Economia, Paulo Guedes acalmou as tensões após comentar em entrevista que seria impossível pagar a 13ª parcela e não ter problema de responsabilidade fiscal. Ele também defendeu que vacinar toda a população, com um gasto de R$ 20 bilhões, seria muito mais barato que o auxílio emergencial que custaria ao governo R$ 55 bilhões por mês.

Em dia de forte alta do minério de ferro, as siderúrgicas foram beneficiadas liderando as altas da bolsa.

O dólar finalmente quebrou a série de baixais semanais e teve alta discreta nesta sexta-feira. A moeda americana oscilou com os investidores evitando vender dólar em um dia marcado por menor apetite de risco e tensões políticas no Brasil.

O dólar comercial fechou em alta de 0,081%, cotado a R$ 5,0829. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,1168. Na semana o dólar sobe 0,73%.

LEIA MAIS:

Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos do dia subiram as siderúrgicas, Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) valorizaram 4,96% e 3,33% respectivamente. Ambas se beneficiaram com a forte alta do minério de ferro hoje.

No caso da Usiminas, a companhia também foi impulsionada com a notícia da retomada de suas operações do alto-forno 2 da usina de Ipatinga (MG), que foi paralisada em abril logo após dos impactos das medidas de isolamento social sobre a demanda de aço do país. 

Subiu também a Suzano (SUZB3) que fechou em alta de 2,67%. A empresa acompanhou a alta dos preços de celulose. A Suzano vai aumentar o preço da fibra curta na China de US$ 500 para US$ 530 a tonelada.

No lado oposto do Ibovespa, foi um dia de realização. A Gol (GOLL4) caiu 4,04%, a Weg (WEGE3) recuou 3,83% e a Cielo (CIEL3) fechou em baixa de 2,60%.

Bolsas americanas

 Os mercados acionários dos Estados Unidos encerraram em queda nesta sexta-feira, pressionados pela incerteza em torno de um acordo de estímulo para enfrentamento ao coronavírus, enquanto as ações da Tesla atingiram uma máxima histórica antes de sua inclusão no S&P 500 na próxima semana.

Todos os três principais índices bateram máximas recordes na abertura, antes de recuarem. O segmento de tecnologia do S&P 500, que liderou os ganhos nesta semana, exerceu a maior pressão negativa sobre o índice.

Dow Jones recuou 0,25%, aos 30.187,86 pontos, o S&P 500 perdeu 0,17%, aos 3.709,7 pontos, e o Nasdaq teve variação negativa de 0,13%, aos 12.755,64 pontos.

Bolsas na Europa

Acompanhando a queda nas bolsas de Nova York, os principais índices europeus fecharam em baixa nesta sexta-feira (18). O movimento também foi puxado pela deterioração aparente das negociações de um acordo pós-Brexit entre Londres e Bruxelas e catalisado pela volatilidade do quadruple witching, fechamento simultâneo de quatro tipos de contratos futuros ligados a ações.

Apesar das perdas diárias nas principais bolsas, o saldo semanal é positivo. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou o dia em retração de 0,35%, aos 395,90 pontos, mas o avanço na comparação com a sexta-feira passada foi de 1,48%.

Sobre as negociações entre Londres e Bruxelas, o premiê britânico, Boris Johnson, avalia que o Reino Unido continuará negociando o acordo comercial pós-Brexit com a UE, mas avalia que as tratativas estão “difíceis”. Ontem parlamentares da União Europeia deram um ultimato de que domingo, 20, será o último dia para que um acordo seja apresentado, a fim de ser votado pelos parlamentares até o fim do ano, quando termina o período de transição.

No Reino Unido, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,33%, aos 6.529,18 pontos. No comparativo semanal, o índice perdeu 0,27%. Tiveram destaque positivo as ações da montadora Rolls-Royce (+1,33%) e da petroleira BP (+0,74%) e negativo os bancos Lloyds (-3,64%) e Barclays (-0,37%).

O índice francês CAC 40 recuou 0,39% e encerrou o dia com 5.527,84 pontos. O índice acumulou ganhos de 0,37% na semana. A telefônica Orange avançou 3,37% no dia, enquanto que a siderúrgica ArcelorMittal recuou 2,44%.

Na Alemanha, o índice Dax teve perdas de 0,27% no dia e fechou aos 13.630,51 pontos. Na semana, o índice cresceu 3,94%.

Em Portugal, o PSI 20 fechou em baixa de 1,30%, aos 4.763,03 pontos, e em Milão, o FTSE MIB fechou o dia em recuo de 0,16%, com 21.976,12 pontos. Apesar do resultado de hoje, durante a semana os índices tiveram ganhos de 0,43% e 1,26% respectivamente.

Já na Espanha, o IBEX 35 teve perdas de 1,42%, a 8.037,40 pontos, com recuo de 0,32% na semana.

*Com Reuters e Agência Estado

Mais Vistos