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Finanças

China tem ano recorde de IPOs e supera ofertas em Wall Street

Seis dos 10 maiores bancos em IPOs no mundo são da China, com uma participação de quase 28%.

A pedestrian walks past a Citic Securities Co. branch in Shanghai, China, on Wednesday, Sept. 16, 2015. The president of China’s biggest brokerage has been swept up in a widening campaign to root out financial wrongdoing and assign blame for the nation’s $5 trillion stock rout. Photographer: Qilai Shen/Bloomberg

Bancos chineses ultrapassaram instituições financeiras de Wall Street nos rankings globais de ofertas públicas iniciais (IPOs), quando a China encerra um ano recorde para listagens na contramão de um dos piores anos para essas transações.

A CITIC Securities superou o Goldman Sachs como a principal subscritora de IPOs este ano, seguida pela China International Capital Corp., mostram as tabelas de classificação da Bloomberg.

É a primeira vez que os dois primeiros lugares são ocupados por bancos da China continental desde pelo menos 1999. Seis dos 10 maiores bancos em IPOs no mundo são da China, com uma participação de quase 28%. O Citigroup ficou em terceiro lugar este ano.

Abertura da China para IPOs

Corretoras chinesas conseguiram entrar no mercado de aberturas de capital, historicamente dominado por bancos globais, especialmente em lugares como Hong Kong. Um esforço de autoridades da China continental nos últimos anos para incentivar mais listagens em bolsas domésticas oferecerá a bancos locais um maior mercado de IPOs para explorar no país asiático.

Ao mesmo tempo, as crescentes tensões com os EUA causaram um colapso quase total de ofertas públicas iniciais de empresas chinesas em Nova York – um grande negócio para Wall Street – e as levaram a listar ações no mercado doméstico ou em Hong Kong.

“A tendência de algumas companhias optarem por uma listagem em Hong Kong no próximo ano pode continuar, e essa parcela do mercado pode ser preenchida por bancos chineses, em vez de estrangeiros, que têm vantagem nas listagens no exterior”, disse Wang Yugang, gestor de fundos da Beijing Axe Asset Management.

Maior queda global de IPOs desde 2008

Embora as listagens globais tenham sofrido sua maior queda anual desde 2008 devido à inflação desenfreada e aumentos das taxas de juros, o mercado chinês de IPOs teve um ano recorde, com US$ 93,8 bilhões levantados até agora.

Esse valor representa 45% dos IPOs globais, que captaram quase US$ 208 bilhões, mostram dados compilados pela Bloomberg. Os EUA – geralmente o maior mercado de IPOs do mundo – contribuíram com apenas US$ 24 bilhões.

O mercado de IPOs local da China teve um desempenho histórico, apesar da crise imobiliária e da política de Covid Zero. Como a China abandonou abruptamente essa estratégia, o “boom” de IPOs deve continuar, embora o aumento de casos de Covid represente um risco para o cenário econômico do país.

83 ofertas da CITIC em 2022

A CITIC Securities coordenou 83 listagens este ano, mais do que as do Goldman e do Citigroup juntas. Essas ofertas incluem a venda de ações de US$ 5 bilhões em Xangai pela maior petrolífera offshore da China, CNOOC, que optou pelo mercado acionário doméstico. A CNOOC foi expulsa da Bolsa de Nova York após sua inclusão em uma lista de empresas sancionadas pelo governo Donald Trump.

Embora o mercado de IPOs da China deva permanecer forte, com cerca de 376 empresas na fila, uma retomada das listagens nos EUA pode levar bancos da China continental a perderem os primeiros lugares.

“Não acho que veremos necessariamente nomes chineses no topo do ranking no ano que vem”, disse Wang. “Por um lado, tem sido difícil para bancos estrangeiros fazerem o trabalho pessoalmente na China continental com as restrições de fronteira, já que as divisões de banco de investimento estão sediadas principalmente em Hong Kong, mas podem recuperar parte desse negócio à medida que isso mude.”

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