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Finanças

Dólar fecha a R$ 4,32 pela 1ª vez e bolsa cai abaixo de 114 mil

Cotação acompanhou a força da moeda no exterior e repercutiu a desaceleração da inflação brasileira

dólar

O principal indicador de ações da B3, o Ibovespa, fechou a semana praticamente estável. Nesta sexta-feira (7), o índice caiu 1,08%, negociado aos 113.973 pontos. Já o dólar comercial subiu 0,81% frente ao real, sendo negociado a R$ 4,3210. Mais cedo, a moeda já havia superado o recorde de R$ 4,30. 

No exterior, as perdas, mais moderadas, estenderam-se da Ásia e Europa aos EUA, com os três índices de Nova York registrando baixa entre 0,5% e 0,9%, aprofundadas à medida que se aproximava o fim da sessão, levando consigo o Ibovespa, com os investidores, aqui e fora, evitando tomar posição antes do fim de semana, tendo em vista a cautela que ainda persiste em torno do coronavírus.

Notícias indicando suspensão de contratos de fornecimento de commodities na China por conta do vírus, em meio à longa interrupção de atividades produtivas na segunda maior economia do mundo, colocaram pressão nesta sexta-feira nas ações da Vale e do setor siderúrgico.

Vale fechou em baixa de 2,21%, com Gerdau em queda de 4,66%, CSN, de 3,78%, e Usiminas, de 4,18%. Destaque negativo também para o setor de papel e celulose, outro muito correlacionado à demanda chinesa, com Klabin em baixa de 2,51% e Suzano ON, de 3,24% no fechamento da sessão.

Hoje, o Federal Reserve avaliou que os possíveis impactos do surto na China são um fator de risco à perspectiva e que o evento pode causar problemas para o restante da economia global. De acordo com relato da Reuters, os ministros de Finanças da zona do euro vão recomendar uma política fiscal expansionista, caso os riscos negativos para a economia se materializem, informaram três funcionários da União Europeia.

Por aqui, o secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que a Reforma Tributária é prioridade dentro do governo porque impacta o crescimento da economia. A proposta do governo será entregue em breve, apontou o secretário. “Trabalhamos com a aprovação nas duas casas do Congresso neste semestre”, disse após evento na Fundação Getúlio Vargas, no Rio.

No Brasil, os ativos de risco seguem em ajuste também à perspectiva da política monetária, bem como ao dólar, em novas máximas históricas. “Tivemos três dias de alta para o Ibovespa na semana, com duas perdas no fim, a partir do Copom, que deixou claro a interrupção no ciclo de cortes de juros”, diz Matheus Soares, analista da Rico Investimentos, destacando a ata da reunião do comitê, na próxima semana, como uma oportunidade de entendimento mais detalhado sobre o pensamento do BC no momento.

Destaques da Bolsa

As ações da varejista Renner (LREN3.SA) subiram nesta sexta, com valorização de 0,63%. Ontem, a empresa divulgou um lucro líquido de R$ 513,1 milhões no quarto trimestre de 2019. O resultado representa uma alta de 16,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com a companhia, o avanço foi puxado principalmente pelo desempenho positivo nas vendas de Natal e da Black Friday. Já no acumulado do ano, o lucro líquido da rede foi de R$ 1,1 bilhão – um crescimento de 7,7% na comparação com 2018.

Outro destaque da Bolsa foi a Hapvida (HPV3), que teve uma desvalorização de 1,82%, após a operadora de planos de saúde fechar acordo de compra da rival Grupo América, de Goiás, por R$ 426 milhões.

*Com Estadão Conteúdo