Finanças

Ibovespa sobe, com estímulos na China; dólar fecha estável, de olho em Fed

No cenário interno, investidores seguem acompanhando os desdobramentos da aprovação do arcabouço fiscal.

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O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (28), tendo como pano de fundo um viés positivo nas principais praças acionárias globais, após medidas de apoio ao mercado de capitais na China. Já o dólar fechou estável, com receios sobre a trajetória de política monetária dos Estados Unidos.

O Ibovespa subiu 1,11%, aos 117.121 pontos, e o dólar avançou 0,01%, a R$ 4,8753.

Dando algum suporte ao sentimento internacional, as autoridades chinesas anunciaram um pacote de medidas para aumentar a confiança dos investidores, com destaque para a redução pela metade do imposto sobre a negociação de ações.

Juros nos EUA

O mercado continuava repercutindo a fala da semana passada do chefe do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, em que disse que o banco central dos EUA pode precisar elevar ainda mais os juros para garantir que a inflação seja contida, notando tanto os progressos alcançados na redução das pressões sobre os preços quanto os riscos decorrentes da força surpreendente da economia dos EUA.

“Acreditamos que uma pausa (no aperto do Fed) em setembro parece provável, mas (após os comentários de Powell) o mercado agora vê uma chance de um aumento final de 25 pontos-base em novembro ou dezembro. Isso pode explicar a recuperação do dólar após a liquidação inicial na sexta”

Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury

As apostas dos operadores de uma pausa no aperto do Fed permanecem inalteradas para a reunião de setembro, enquanto as chances de um aumento de juros em novembro subiram para 51%, de 38% na semana anterior, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Juros mais elevados nos EUA tendem a impulsionar os rendimentos dos Treasuries e, consequentemente, manter o dólar em patamares fortes a nível global, conforme investidores migram seus investimentos em renda fixa para a maior economia do mundo.

Cenário interno

Enquanto isso, no âmbito doméstico, “a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara despertou as expectativas de uma agenda fiscal favorável em 2023, com as principais reformas passando pelo Senado até o final do ano”, avaliou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury., de forma que o real “também deve continuar apoiado no sentimento de risco”.

Investidores também repercutem a divulgação do Boletim Focus. As expectativas do mercado para a inflação ao longo deste ano e dos próximos ficaram praticamente inalteradas mesmo após uma surpresa para cima na leitura de agosto da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15).

Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Divulgação/BC)

A sondagem, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os economistas seguem prevendo alta de 4,90% do IPCA em 2023. Para o ano que vem, houve ajuste de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,87%, enquanto, para 2025 e 2026, ambos os prognósticos de inflação permaneceram inalterados em 3,50%.

Outro destaque ficou para a melhora da estimativa de crescimento econômico do Brasil deste ano, a 2,31%, contra 2,29% na pesquisa anterior. Para os próximos três anos, as projeções foram mantidas em expansões de 1,33%, 1,90% e 2%, respectivamente.

Além disso, o mercado elevou sua projeção para a taxa de câmbio ao final deste ano, passando a calcular o dólar a R$ 4,98, contra R$ 4,95 previstos na semana anterior.

Destaque da B3

Petz

O ativo PETZ3 fechou em queda de 0,19%, após chegar a avançar mais de 5% mais cedo, tendo como pano de fundo notícia do Valor Econômico de que a empresa e a rival Cobasi voltaram a engajar bancos de investimentos para negociar uma possível fusão. Em fato relevante, a Petz disse que avalia oportunidades, mas não tem acordo sobre eventual fusão com Cobasi.

Natura

A ação NTCO3 avançou 2,23%, após anunciar nesta segunda-feira que avalia uma potencial venda da rede de lojas The Body Shop. O estudo faz parte de avaliação de “alternativas estratégicas” para a rede, afirmou a Natura, que em abril acertou a venda da marca Aesop para a L’Oreal por 2,5 bilhões de dólares.

Petrobras

O papel PETR4 subiu 1,13%, em meio às variações modestas dos preços do petróleo no mercado externo.

Vale

A ação VALE3 subiu 1,43%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na Ásia, com o vencimento mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian, na China, encerrando as negociações do dia com queda de 1%, a 811 iuanes (111,27 dólares) por tonelada.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street encerrou em alta nesta segunda-feira, com ganhos na 3M e no Goldman Sachs antes da divulgação de dados chave de inflação e emprego dos Estados Unidos nesta semana que oferecerão mais pistas sobre a trajetória da taxa de juros do Fed.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,62%, para 4.433,20 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,84%, para 13.705,13 pontos. O Dow Jones subiu 0,62%, para 34.559,19 pontos.

Europa

O índice pan-europeu STOXX 600 teve seu melhor desempenho diário em um mês nesta segunda-feira, em um avanço geral do mercado, impulsionado pelos setores industriais expostos à China devido às medidas de Pequim para apoiar a economia.

O índice STOXX 600 fechou em alta de 0,89%, a 455,41 pontos, com ações de tecnologia na liderança dos ganhos com um avanço de 1,7%, acompanhando altas nos papéis de em Wall Street.

O índice de ações industriais e de montadoras ligadas à China avançaram 0,8% e 1,3%, respectivamente. LVMH, Kering e Hermes, nomes ​​de luxo de forte peso expostos à China, subiram mais de 1% cada.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,07%, a 7.338,58 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,03%, a 15.792,61 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,32%, a 7.324,71 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,19%, a 28.544,56 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,62%, a 9.490,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,52%, a 6.152,91 pontos.

Ásia e Oceania

As ações chinesas fecharam em alta nesta segunda-feira, depois que as autoridades anunciaram o pacote de medidas para aumentar a confiança dos investidores, mas o mercado devolveu a maior parte dos fortes ganhos iniciais em meio a preocupações mais amplas sobre uma economia instável.

“O pacote de políticas enviou um sinal claro para aumentar a confiança dos investidores à medida que o mercado atinge o fundo do poço”, disseram analistas da China Asset Management Co.

No entanto, “sem estímulos adicionais mais agressivos, estas políticas focadas nos mercados de ações por si só têm pouco impacto positivo sustentável nos mercados de ações, para não mencionar qualquer impacto positivo na economia”, disse Ting Lu, economista-chefe da Nomura.

“No longo prazo, os investidores ainda têm de se concentrar nas mudanças nos fundamentos econômicos do país”, afirmaram analistas da Western Securities.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,73%, a 32.169,99 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,97%, a 18.130 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,13%, a 3.098 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,17%, a 3.752 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,96%, a 2.543 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,17%, a 16.509 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,75%, a 3.213 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,63%, a 7.159 pontos.

(*com informações da Reuters)

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