O posicionamento nos mercados de ações, títulos de dívida e ouro sugere que os investidores estão se preparando para um possível aumento da inflação, depois que o presidente Trump escolheu o assessor próximo Stephen Miran para se juntar ao banco central e tenta destituir a diretora do Fed Lisa Cook, de acordo com a equipe do JPMorgan.
“Encontramos evidências em nossas métricas de posicionamento de que os mercados estão mais preocupados com a independência do Fed”, escreveu em uma nota aos clientes o estrategista Nikolaos Panigirtzoglou.
Alta do ouro
No Goldman Sachs, analistas apontaram para preocupações crescentes quanto à credibilidade do Fed. Os investidores temem picos nos preços das commodities, inclusive o ouro.
O banco delineou uma série de possíveis cenários para o metal, com projeção de aumento para US$ 4.000 a onça em meados de 2026.
Em um cenário de risco, a cotação iria para US$ 4.500.
E uma estimativa de quase US$ 5.000 se apenas 1% do mercado de Treasuries dos EUA detido pelo setor privado migrasse para o ouro.
Enquanto o relatório do Goldman se concentrou em commodities, a equipe do JPMorgan estudou movimentos em vários ativos em busca de sinais das “negociações da independência do Fed”.
Em particular, a rotação para ações de valor sugere que os investidores estão se posicionando para uma inflação mais rápida. Na análise, eles avaliaram métricas de venda a descoberto em duas cestas de ações projetadas para replicar operações de valor compradas e vendidas.
Em commodities, o forte aumento nos contratos futuros de ouro e o aumento mais modesto no posicionamento do petróleo são sinais adicionais de que os traders esperam que os EUA “aqueçam a economia”, informaram os estrategistas do JPMorgan.
Eles observaram menos evidências da “negociação da independência do Fed” nos mercados cambiais. As posições gerais em dólar permaneceram praticamente estáveis desde o anúncio.