As corretoras brasileiras Genial Investimentos e Warren estão entre as empresas que avaliam formar uma parceria com o Banco do Brasil para oferecer serviços de negociação de ações a investidores pessoas físicas, segundo fontes próximas às negociações ouvidas pela Bloomberg.
O Banco do Brasil, que é o segundo maior banco do país em ativos e controlado pelo governo federal, contratou o Citigroup para buscar um parceiro comercial. Tanto Genial quanto Warren receberam convite para analisar a proposta, disseram as fontes, que pediram anonimato por se tratar de tratativas privadas.
Hoje, o Banco do Brasil direciona o fluxo de ordens de seus clientes de varejo para diversas corretoras. Um novo acordo com um parceiro exclusivo envolveria, provavelmente, compartilhamento de receita, mas o processo ainda está no início e pode levar algum tempo até ser concluído, afirmaram as fontes.
Em paralelo, o Banco do Brasil também busca um parceiro para serviços de administração de fundos — área que cuida da retaguarda operacional e da supervisão fiduciária de fundos e emissões de dívida. O Citigroup também foi contratado para apoiar essa busca.
Procurados, representantes do Banco do Brasil, da Genial e do Citigroup não comentaram o assunto. A Warren não respondeu imediatamente.
Quem é quem
Fundada em 2017 em Porto Alegre, a Warren tem entre seus investidores o fundo soberano de Cingapura (GIC) e o fundo de venture capital Kaszek. A empresa administra cerca de R$ 22 bilhões em ativos, segundo dados de outubro divulgados pelo CEO Tito Gusmão.
A Genial é uma das principais corretoras brasileiras em volume de negociação de ações e integra o grupo Brasil Plural, banco de investimentos fundado em São Paulo em 2009, com cerca de R$ 250 bilhões em ativos sob custódia.
O Banco do Brasil já mantém uma joint venture com o UBS Group, criada em 2020 e chamada UBS BB Investment Bank, focada em operações de banco de investimento na América do Sul. Essa parceria também inclui uma corretora, porém voltada apenas para clientes institucionais e investidores de altíssima renda.
O número de pessoas físicas investindo em ações no Brasil cresceu 6% em 2024, chegando a 5,3 milhões de investidores em dezembro, de acordo com dados da B3.
O jornal Valor Econômico já havia antecipado que o Banco do Brasil contratou o Citigroup para buscar parceiros para sua operação de varejo em corretagem de ações.