O dólar fechou em queda e o Ibovespa avançou nesta quarta-feira (13), com operadores do mundo inteiro reagindo a dados de inflação dos Estados Unidos que vieram amplamente em linha com o esperado e não alteraram expectativas de que o Federal Reserve (Fed) deixará os juros inalterados na semana que vem.

O dólar caiu 0,71%, a R$ 4,9167. O Ibovespa subiu 0,18%, aos 118.176 pontos.

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram no ritmo mais forte em mais de um ano em agosto devido à alta no custo da gasolina, mas houve um aumento apenas moderado no núcleo da inflação.

Homem abastece carro de chaveiro em posto de gasolina.
Pessoa abastece carro em posto de gasolina na cidade de Nova York, EUA
07/03/2022
REUTERS/Andrew Kelly

O índice de preços ao consumidor aumentou 0,6% no mês passado, acumulando avanço de 3,7% em 12 meses. Economistas consultados pela Reuters projetavam que o índice aumentaria 0,6% no mês passado e avançaria 3,6% na base anual.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e da energia, o índice aumentou 0,3% no mês, com ganho de 4,3% em 12 meses. Esse foi o menor aumento anual desde setembro de 2021 e seguiu ganho de 4,7% em julho.

“Acho que não houve surpresas com a divulgação do índice, acho que (os dados) vieram em linha com o que o mercado esperava, o que reforça uma estancada nessa alta de juros nos Estados Unidos”

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos

“Se o índice viesse muito acima do esperado, acredito que não faria preço para essa reunião da semana que vem, mas para a próxima sim, poderia elevar a expectativa de um aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. Mas, como veio em linha, eu acho que fica bem tranquilo no que tange a precificação do mercado.”

Operadores esperam amplamente que o Federal Reserve (Fed) mantenha sua taxa básica de juros quando se reunir nos dias 19 e 20 de setembro, e, embora ainda estejam divididos quanto aos encontros subsequentes, cresceram as chances de manutenção da política monetária até o fim deste ano.

Os preços de contratos futuros implicam agora cerca de 60% de probabilidade de o Fed manter os juros no intervalo atual de 5,25%-5,5% até ao final do ano, em comparação com uma probabilidade mais próxima de 50% antes dos dados de inflação desta quarta.

Num geral, sinais de que banco central norte-americano abrandará sua postura no combate à inflação costumam impulsionar divisas emergentes de maior rentabilidade, como o real, uma vez que os retornos dos rendimentos dos Treasuries ficam menos atraentes. Por outro lado, surpresas “hawkish”, inclinadas a uma política monetária mais restritiva (juros mais altos), na retórica do Fed quase sempre impulsionam o dólar globalmente.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações em Wall Street fecharam com resultados mistos nesta quarta-feira, depois que dados mostrando um aumento moderado nos preços ao consumidor em agosto consolidaram expectativas de que o Federal Reserve manterá a taxa de juros inalterada em setembro.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,13%, para 4.467,77 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,29%, para 13.813,59 pontos. O Dow Jones caiu 0,19%, para 34.579,12 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam em baixa nesta quarta-feira, com o setor industrial como destaque de queda e recuo de BP após saída abrupta de seu presidente-executivo, enquanto investidores se preparavam para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira.

Ásia e Oceania

As ações da China fecharam em queda nesta quarta-feira, acompanhando a fraqueza nos mercados asiáticos, com os investidores à espera de mais pistas sobre as medidas de estímulo de Pequim para ajudar a economia.

(* com informações da Reuters)