Finanças

Ibovespa sobe puxado por commodities; dólar abandona alta e fecha em queda

Ações de Vale e Petrobras puxaram a bolsa brasileira.

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Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, operou em alta nesta quarta-feira (2), na volta do pregão após o feriado de Carnaval, com impacto positivo da alta das commodities, após novas sanções impostas à Rússia por países do Ocidente. O dólar recuou, com o mercado ainda de olho nas tensões do cenário externo com a guerra na Ucrânia.

No dia, o Ibovespa avançou 1,80%, aos 115.173 pontos. Já o dólar caiu 0,99%, comercializado a R$ 5,1053.

A bolsa brasileira ficou fechada nos últimos dois dias e reabriu às 13h desta quarta, enquanto os mercados no exterior funcionaram normalmente.

“Olhando apenas para a superfície, tudo parece bem: Ibovespa subindo quase 2%. Mas quando cavamos um pouquinho mais fundo, descobrimos o motivo dessa subida: Petrobras (PETR4) engatando uma alta superior a 2% e, principalmente, Vale (VALE3) subindo impressionantes 7% foram os verdadeiros motores por trás dessa alta em meio ao clima tenso na Europa”, disse Rob Correa, analista de investimentos CNPI.

Destaques da bolsa

A Vale disparou 8%, maior alta desde março de 2020, após o avanço do minério de ferro e do aço na Ásia, com efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Os futuros do minério de ferro subiram nos últimos dois dias. O valor de mercado da empresa saltou de R$ 451,4 bilhões para R$ 487,5 bilhões. O papel da mineradora fechou a R$ 99,65 e quase bateu patamar de R$ 100, que não é alcançado desde 11 de agosto.

Já a ação preferencial da Petrobras subiu 2% e a ordinária, 3,2%. O petróleo Brent avançou mais de 7% e chegou a bater os US$ 113,94, o pico desde junho de 2014, com disrupções na oferta por causa de sanções à Rússia. A Opep+ decidiu manter os planos de aumento modesto na produção de petróleo em abril. A commodity subiu na segunda e na terça-feira.

Guerra na Ucrânia

Negociadores russos esperaram que autoridades ucranianas cheguem a Belarus para iniciar a próxima rodada de negociações de paz na manhã de quinta-feira, segundo agências de notícias da Rússia, mas um auxiliar da presidência da Ucrânia pareceu colocar em dúvida esse plano.

Enquanto forças russas fecham o cerco em torno de grandes cidades ucranianas, o negociador de Moscou, Vladimir Medinsky, disse nesta quarta-feira que a delegação ucraniana para as negociações havia recebido um corredor de segurança, segundo a agência russa TASS.

Mas o conselheiro da presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, indicou que o horário exato das conversas ainda não havia sido determinado.

“É questionável se sem a presença do outro lado (ucraniano) na mesa de negociações, as negociações podem acontecer. Então, vamos apenas esperar pelo verdadeiro começo do diálogo”, disse, no Twitter.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy havia dito anteriormente que a Rússia precisa parar de bombardear seu país se quiser negociar.

Após quase uma semana, a Rússia ainda não atingiu seu objetivo de depor o governo da Ucrânia, mas, segundo o serviço de emergência ucraniano, matou mais de 2 mil civis e destruiu hospitais, escolas e moradias.

Moscou nega ter civis como alvo e diz que busca desarmar a Ucrânia, um país de mais de 40 milhões de pessoas, com uma “operação militar especial”.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street encerrou em alta acentuada nesta quarta-feira, depois que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que o banco central dos EUA provavelmente promoverá uma elevação de juros menor do que alguns investidores temiam.

O índice S&P 500 fechou em alta de 1,86%, a 4.386,54 pontos. O Dow Jones subiu 1,79%, a 33.891,35 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 1,62%, a 13.752,02 pontos.

Europa

As bolsas europeias reverteram perdas iniciais e fecharam em alta nesta quarta, com o avanço dos preços das commodities impulsionando papéis dos setores de energia e mineração, em meio a temores de restrições de oferta devido a sanções contra a Rússia após sua invasão da Ucrânia. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,90%, a 446,33 pontos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,36%, a 7.429,56 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,69%, a 14.000,11 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,59%, a 6.498,02 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,70%, a 24.534,33 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,62%, a 8.321,00 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,34%, a 5.516,96 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em baixa nesta quarta-feira, com as fabricantes de veículos a nova energia liderando as perdas conforme os investidores descartam ações com valorizações maiores, enquanto as preocupações com o impacto de sanções agressivas contra a Rússia também pesaram no sentimento.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,68%, a 26.393 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,84%, a 22.343 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,13%, a 3.484 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,89%, a 4.578 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,16%, a 2.703 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,17%, a 17.867 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,04%, a 3.244 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,28%, a 7.116 pontos.

* Com informações da Reuters.

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