No dia, o Ibovespa subiu 0,74%, aos 103.434 pontos. O dólar teve queda de 1,02%, negociado a R$ 5,2392.
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No Brasil, o foco segue na nova regra fiscal, que pode ser definida na próxima semana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ainda não viu a proposta preparada pela equipe econômica, mas quer ter o projeto definido antes da sua viagem à China, no dia 24 de março.
Crise bancária
O Credit Suisse (C1SU34) anunciou que vai pegar emprestado até US$ 54 bilhões do banco central da Suíça para reforçar a liquidez e a confiança dos investidores, depois que a queda em suas ações intensificou os temores sobre uma crise bancária global.
O anúncio do banco, feito no meio da noite em Zurique, provocou um avanço de mais de 20% nas ações do Credit Suisse e ajudou a reverter algumas das fortes perdas nas bolsas de valores, impulsionadas pelos temores dos investidores sobre possíveis corridas aos bancos em todo o mundo.
Juros pelo mundo
Investidores reagiram com cautela à decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que elevou suas taxas de juros em 0,50 ponto percentual nesta quinta-feira, mesmo em meio aos riscos enfrentados pelos bancos.
Alguns participantes do mercado esperavam que o BCE pudesse adotar um aperto menor. A alta de juros agressiva de 0,50 ponto percentual pode influenciar a decisão do Fed, a ser anunciada na semana que vem, temem alguns operadores.
Nesta manhã, a maioria dos participantes do mercado precificou um aperto de 0,25 ponto pelo Fed, mas uma minoria (30%) não esperava qualquer alteração na taxa de juros norte-americana no encontro de política monetária de 21 a 22 de março.
O Credit Suisse é o primeiro grande banco global a receber uma ajuda emergencial desde a crise financeira de 2008 e seus problemas levantaram sérias dúvidas sobre a capacidade dos bancos centrais de sustentar sua luta contra a inflação com aumentos agressivos nas taxas de juros.
Destaques da B3
Frigoríficos
As ações de empresas do setor de proteína animal tiveram desempenho positivo no Ibovespa. Marfrig (MRFG3) subiu 3,35%, JBS (JBSS3) 3,79% e Minerva (BEEF3) 2,16%. A BRF (BRFS3) ficou estável. Investidores ficaram de olho em notícias sobre casos de peste suína na África, o que deve aumentar a demanda de proteína animal da China em mercados como o Brasil.
Locaweb
A ação LWSA3 foi destaque entre as altas do dia, fechando com alta de 13,04%. André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, comenta que, além das perspectivas de corte de Selic ainda em 2023 beneficiarem as ações do setor, a alta de Locaweb na bolsa “está refletindo o aumento de participação da General Atlantic na composição acionária da empresa, que saiu de 10% de maio do ano passado, e foi aumentando a posição de lá pra cá em 15%”.
“O mercado gostou por ser um acionista bem ativo na empresa, com membro no conselho e que também atua diretamente com a gestão da empresa, e possui um pensamento de longo prazo para geração de valor”, afirma.
Petz
A ação PETZ3 teve dia de forte alta, disparando 8,08%. A alta vem após a empresa informar que recebeu aviso da gestora de fundos Atmos de que sua participação acionária alcançou aproximadamente 5,45% do capital social da companhia.
Taesa
A ação da Taesa (TAEE11) se destacou como a maior queda do Ibovespa, com baixa de 4,03%, após a divulgação do balanço do 4º trimestre de 2022. O resultado pode ser visto de formas distintas a depender do critério adotado.
Segundo critério regulatório, que reflete a geração de caixa da companhia, a transmissora de energia elétrica teve lucro líquido de R$ 386,7 milhões, cifra 266,7% superior à registrada um ano antes. Já no critério IFRS, o lucro trimestral caiu 94,6%, a R$ 22,8 milhões.
MRV
A ação MRVE3 teve alta de 2,82%, embora tenha reduzido os ganhos no começo da tarde. Investidores monitoram expectativas relacionadas ao programa habitacional da cidade de São Paulo “Pode Entrar”. A ação da Tenda (TEND3), que não está no Ibovespa, caiu 2,38%.
Em entrevista publicada na quuarta pelo jornal O Estado de S. Paulo, o secretário municipal da habitação, João Farias, disse que a prefeitura paulistana deve concluir a fase de habilitação das construtoras dentro do programa até o fim desta semana, dando início às primeiras contratações de projetos em abril.
“Este é um gatilho muito esperado para Tenda e MRV”, apontou o Bradesco BBI. “Se as licitações dessas empresas forem realmente vencedoras, isso pode representar uma boa entrada de recursos e um alívio considerável no nível de endividamento das companhias”, acrescentou.
Bolsas mundiais
Wall Street
Uma forte recuperação das ações do setor financeiro ajudou os principais índices de Wall Street a fecharem firmemente em alta, após notícias de que alguns dos maiores credores dos Estados Unidos estão em negociações para ajudar o First Republic Bank.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,76%, para 3.960,60 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 2,48%, para 11.717,90 pontos. Dow Jones subiu 1,18%, para 32.251,91 pontos.
Europa
As ações europeias saltaram nesta quinta-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,26%, a 441,97 pontos, depois de cair 0,6% e tocar o menor nível em dez semanas logo após a decisão de aumento da taxa de depósito.
O índice perde 2,6% até agora nesta semana, com o tombo das ações de bancos após o colapso do credor norte-americano Silicon Valley Bank na semana passada.
O índice do setor bancário também ganhou 1,2%, depois de se recuperar da queda intradiária de 1% que registrou após o aumento da taxa, enquanto o índice para os bancos da zona do euro subiu 1,4%.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,89%, a 7.410,03 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,57%, a 14.967,10 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 2,03%, a 7.025,72 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,38%, a 25.918,76 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,50%, a 8.890,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,91%, a 5.865,99 pontos.
Ásia
As ações da China e de Hong Kong ampliaram suas perdas nesta quinta, pressionadas por ações de nova energia e petróleo, com os investidores ainda de olho nos temores de uma crise bancária.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,80%, a 27.010 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,72%, a 19.203 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,12%, a 3.226 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,20%, a 3.939 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,08%, a 2.377 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,08%, a 15.221 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,55%, a 3.155 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,46%, a 6.965 pontos.
*Com informações da Reuters.