Finanças
Ibovespa cai mais de 3% na semana, com Fazenda e fiscal em foco; dólar recua
Rumores sobre o comando do ministério e tensão frente a sinalizações fiscais ficaram no radar dos investidores.
O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (18) e na semana, tendo como pano de fundo rumores sobre o comando da pasta da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a tensão dos investidores frente a sinalizações fiscais. O dólar, por sua vez, também encerrou o dia em queda.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa recuou 0,76%, aos 108.870 pontos. Na semana, o índice caiu 3,1%. Já o dólar fechou o dia em queda de 0,50%, negociado a R$ 5,3737.
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Cenário interno
A falta de definição sobre quem chefiará a pasta econômica do novo governo manteve vivas as especulações de que Lula poderia indicar ao cargo de ministro da Fazenda um nome inclinado a medidas fiscais heterodoxas aos olhos do mercado.
Três fontes disseram à Reuters na quarta-feira que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad está sendo visto como o favorito do presidente eleito para comandar a pasta.
“Isso está totalmente ligado a como será a política fiscal. O mercado espera que tenhamos um nome mais técnico e menos político, então, quando vimos burburinhos sobre Haddad, o mercado reagiu negativamente”, disse à Reuters Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou mais cedo que o ex-candidato ao governo paulista voltou do Egito como favorito ao cargo pelo presidente eleito.
Destaques da B3
– Petrobras (PETR4) caiu 1,69%, a R$ 26,70, diante de queda de 2,4% do petróleo Brent, pressionado em parte por preocupações com a demanda na China e cenário de juros nos EUA. A petrolífera segue em foco dos investidores, uma vez que o mercado busca entender os planos do novo governo para a empresa.
– Vale (VALE3) perdeu 2,73%, a R$ 80,83, mesmo após o minério de ferro mais negociado em Dalian subir 3,3% com os últimos movimentos da China, maior produtora mundial de aço, para sustentar uma economia em declínio abrilhantando as perspectivas de demanda.
– Magazine Luiza (MGLU3) recuou 7,08%, a R$ 3,15, com alta dos juros futuros pressionando papéis de varejo.
– IRB Brasil (IRBR3) desabou 8,64%, a R$ 0,74, fechando na mínima do dia e no menor patamar de sua história. A empresa divulgou novo prejuízo trimestral na semana passada e o mercado especula sobre nova necessidade de aumento de capital.
– BR Malls (BRLM3) subiu 1,83%, a R$ 8,34 reais, após a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendar aprovação da fusão com a Aliansce Sonae (ALSO3).
– Itaú Unibanco (ITUB4) mostrou ganho de 0,79%, a R$ 26,64, em sessão mista para grandes bancos.
Bolsas mundiais
Wall Street
O índice S&P 500 encerrou em alta nesta sexta-feira após um pregão instável, em que ganhos em ações defensivas ofuscaram quedas do setor de energia, e investidores minimizaram comentários agressivos de autoridades do Federal Reserve sobre aumentos na taxa de juros.
A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, disse que, com poucas evidências da diminuição das pressões de preços, o banco central pode precisar realizar outra alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, enquanto busca controlar a inflação.
O índice Dow Jones subiu 0,59%, a 33.745,69 pontos, o S&P 500 avançou 0,48%, para 3.965,34 pontos, e o Nasdaq teve oscilação positiva de 0,01%, a 11.146,06 pontos.
Na semana, o S&P 500 caiu 0,7%, recuando modestamente após um forte rali que durou um mês estimulado por dados de inflação mais fracos do que o esperado, o que gerou esperanças de que o Fed poderia moderar seus ajustes de juros que golpearam o mercado. O Nasdaq recuou 1,6% na semana, enquanto o Dow Jones permaneceu basicamente inalterado.
Europa
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta nesta sexta-feira, em um rali generalizado liderado pelas ações de varejistas e montadoras, conforme investidores aguardavam a ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu e uma série de dados para a próxima semana.
O STOXX 600 fechou em alta de 1,16%, a 433,33 pontos, para registrar seu melhor desempenho diário em mais de uma semana. O índice acumula ganhos de 5,1% até agora em novembro.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,53%, a 7.385,52 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,16%, a 14.431,86 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,04%, a 6.644,46 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,38%, a 24.675,18 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,08%, a 8.127,80 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,48%, a 5.766,02 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em baixa nesta sexta-feira, seguindo o clima de cautela nos mercados regionais em meio a preocupações com o aperto agressivo da política monetária nos Estados Unidos e surtos domésticos de Covid-19.
O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com queda de 0,45%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,58%. O índice Hang Seng de Hong Kong teve baixa de 0,29%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,11%, a 27.899 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,29%, a 17.992 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,58%, a 3.097 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,45%, a 3.801 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,06%, a 2.444 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,21%, a 14.504 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,42%, a 3.272 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,23%, a 7.151 pontos.
*Com informações da Reuters.
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