Finanças

Ibovespa crava 3ª alta com ajuda de NY; dólar fecha em queda

Mercado reagiu com otimismo à divulgação de balanços financeiros de empresas dos EUA.

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O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta terça-feira (19), beneficiado pela performance positiva das bolsas norte-americanas e com Embraer entre os maiores ganhos após encomendas da ordem de US$ 2,68 bilhões.

O dólar fechou apenas em leve queda, defendendo a linha dos R$ 5,40 e anulando quase toda a baixa de mais cedo, conforme a moeda norte-americana também deixou as mínimas do dia ante rivais no exterior, numa evidência do sentimento ainda inclinado a ativos seguros.

No dia, o Ibovespa subiu 1,37%, aos 98.244 pontos. Já o dólar caiu 0,04%, negociado a R$ 5,4224.

Na visão de Wellington Filho, especialista em renda variável da Blue3, a sessão não tem uma agenda macro muito relevante para o mercado brasileiro, que tende a reforçar as atenções aos resultados corporativos do segundo trimestre.

Nesta terça-feira, após o fechamento do pregão, a mineradora Vale (VALE3) reporta seus números de produção e vendas, enquanto, na quarta-feira (20), antes da abertura da bolsa, a Weg (WEGE3) abre a temporada de balanços do Ibovespa.

Neste cenário, o mercado brasileiro acompanha o desempenho dos Estados Unidos, onde os principais índices de ações subiram com a temporada de balanços corporativos ocupando as atenções e investidores de olho no impacto do dólar mais forte nas empresas norte-americanas.

Preocupações no radar

Apesar da queda do dólar nesta terça-feira, estrategistas da Travelex destacaram que o mercado de câmbio doméstico ainda “repercute preocupações internas, como a questão fiscal do país“.

Permaneceram no radar de investidores temores sobre a credibilidade do Brasil, que foi abalada recentemente por uma emenda constitucional que amplia e cria uma série de benefícios sociais, prevendo despesas fora do teto de gastos a apenas alguns meses das eleições presidenciais. A agência de classificação de risco Moody’s disse na semana passada que essas medidas são negativas para o crédito do país.

Enquanto isso, a tensão política cresceu, depois que o presidente Jair Bolsonaro repetiu na segunda-feira (18) ataques sem provas e já refutados às urnas eletrônicas e ao sistema de votação brasileiro, o que, segundo a equipe econômica da Guide Investimentos, “aumenta o receio com maior tumulto antes das eleições“.

Uma medida comumente acompanhada do risco-país do Brasil tem escalado rapidamente nos últimos dois meses, e fechou a segunda-feira em 322,28 pontos-base, rondando seu nível mais alto desde maio de 2020, quando o mercado ainda sentia o impacto inicial da pandemia de covid-19.

O dólar vem recuando nos últimos dias em meio às expectativa para a decisão do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), que se reúne na semana que vem, nos dias 26 e 27 de julho. Recentemente, investidores moderaram suas expectativas sobre a magnitude do aumento de juros que deve ser promovido no encontro, passando a precificar majoritariamente uma alta de 0,75 ponto percentual, em vez de cenário de 1 ponto percentual completo.

Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a tornar os investimentos no país mais atrativos, elevando a demanda por dólar e, assim, aumentando seu preço sobre moedas como o real. Com expectativas e uma elevação menor nas taxas, então, a pressão de alta sobre o câmbio diminui.

Bolsas mundiais

Wall Street

Operador na Bolsa de NY 19/05/2022. REUTERS/Andrew Kelly

Os principais índices de Wall Street tinham alta nesta terça-feira, conforme a temporada de balanços corporativos avança para além dos grandes bancos.

Às 11:17 (de Brasília), o índice S&P 500 ganhava 1,28%, a 3.879,74 pontos, enquanto o Dow Jones subia 1,23%, a 31.455,58 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançava 1,30%, a 11.507,36 pontos.

Europa

As ações europeias atingiram máxima em mais de cinco semanas nesta terça-feira, depois que a notícia de que os fluxos de gás russo para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1 devem ser retomados como previsto aplacou algumas preocupações sobre uma crise no fornecimento de energia ao continente. Fontes disseram à Reuters que o gasoduto, que é responsável por mais de um terço das exportações russas de gás natural para a União Europeia, deve retomar a operação na quinta-feira, mas abaixo de sua capacidade de cerca de 160 milhões de metros cúbicos por dia.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,38%, a 423,41 pontos, em seu patamar mais elevado desde 10 de junho e no terceiro dia consecutivo de ganhos. Fontes disseram à Reuters que as autoridades do Banco Central Europeu estão considerando aumentar os juros em 0,50 ponto percentual, mais do que o esperado, em sua reunião de quinta-feira para domar a inflação recorde. Preocupações com um impacto no crescimento econômico decorrente do rápido aperto nas condições financeiras deixam o STOXX 600 com queda de 13,2% este ano.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,01%, a 7.296,28 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 2,69%, a 13.308,41 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,79%, a 6.201,22 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,49%, a 21.696,20 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 2,03%, a 8.125,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,15%, a 5.976,55 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em baixa nesta terça-feira, com investidores estrangeiros descartando o maior número de ações em mais de um mês, já que o aumento dos casos de covid-19 e os novos problemas no setor imobiliário afetavam a perspectiva de recuperação econômica.

O Nomura disse que 41 cidades chinesas estão implementando lockdowns totais ou parciais ou algum tipo de medida de controle, afetando 22,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,65%, a 26.961 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,89%, a 20.661 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,04%, a 3.279 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,54%, a 4.269 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,18%, a 2.370 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,17%, a 14.694 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,13%, a 3.117 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,56%, a 6.649 pontos.

*Com informações da Reuters.

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