Finanças
Ibovespa fecha em alta após Fed elevar juros; dólar cai
Mercado repercutiu também a melhora do rating soberano do país.
O Ibovespa encerrou em alta nesta quarta-feira (25), enquanto o dólar fechou em queda sobre o real. Nesta sessão, o mercado repercutiu a alta dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed) e elevação da nota de crédito do Brasil pela agência Fitch.
No dia, o Ibovespa subiu 0,45%, aos 122.560 pontos. O dólar caiu 0,46%, a R$ 4,72.
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Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, disse que a dificuldade do Ibovespa em ganhar mais tração nesta quarta-feira deve-se também a certo ajuste após ganhos recentes significativos.
Na véspera, o Ibovespa fechou no maior patamar desde 11 de agosto de 2021, com apoio em empresas de commodities metálicas após promessas de estímulo econômico pela China e na expectativa de um corte de 0,5 ponto percentual da Selic na semana que vem.
“Nada mais do que um ajuste técnico. Natural um ajuste técnico”, disse Boragini, observando que o movimento ocorre meio em meio à notícias positivas do dia.
Fed
O Fed elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, citando a inflação ainda elevada como justificativa. Com a decisão, os juros nos Estados Unidos estão no maior patamar em 16 anos.
O aumento, o 11º do Fed em suas últimas 12 reuniões, colocou a taxa de juros de referência do banco central dos Estados Unidos na faixa de 5,25% a 5,5%, e o comunicado que a acompanha a decisão deixou a porta aberta para novos aumentos.
“O Comitê (Federal de Mercado Aberto) continuará avaliando informações adicionais e suas implicações para a política monetária”, disse o Fed em linguagem pouco alterada em relação ao comunicado de junho, deixando as opções de política monetária do banco central em aberto enquanto busca o ponto de parada para o ciclo de aperto atual.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse em coletiva de imprensa que é possível que o banco central norte-americano siga a alta dos juros desta quarta-feira com outra elevação da taxa na reunião de política monetária agendada para setembro.
“É certamente possível que elevemos a taxa de juros na reunião de setembro se os dados justificarem, e eu também diria que é possível que decidamos nos manter estáveis nessa reunião” se for isso que os dados pedem, disse Powell. Ele observou que o Fed tomará decisões sobre a política monetária reunião a reunião.
Powell disse que uma ampla gama de dados será considerada pelo Fed ao deliberar sobre a política monetária.
Rating do Brasil
A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil a “BB”, contra “BB-” antes, com perspectiva estável. Essas classificações indicam se o país tem condições de honrar com compromissos financeiros.
“Já é um sinal muito positivo, uma vez que os investidores estrangeiros podem aumentar alocação em Brasil”, disse Boragini.
O rating do Brasil foi rebaixado em 2018 com a crise nas contas públicas e a falta de aprovação da reforma da Previdência durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
De acordo com relatório da Fitch, essa elevação reflete desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado em meio a choques sucessivos nos últimos anos, políticas proativas e reformas. Além disso, há a expectativa de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais.
Destaques da B3
A ação do Santander Brasil (SANB11) teve queda de 0,34%, após o banco reportar um lucro líquido recorrente de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre – recuo de 45% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Na comparação trimestral, houve alta de 7,9%.
As ações de construção civil tiveram alta no dia mesmo após terem subido com força na véspera, reagindo à notícia de que o Conselho Curador do FGTS elevou em 42% o orçamento para financiamento habitacional este ano. Ezetec (EZTC3) subiu 1,82%, MRV (MRVE3) 0,14% e Cyrela (CYRE3) 0,34%.
Já a ação do Carrefour (CRFB3) liderou as altas do Ibovespa, com ganho de mais de 8%, tendo como pano de fundo os resultados do segundo trimestre de 2023, que superaram as expectativas do mercado.
Bolsas mundiais
Wall Street
O S&P 500 e o Nasdaq caíam nesta quarta-feira, com os investidores avaliando balanços mistos da Microsoft e da Alphabet.
A Microsoft caía 3,3% depois de apresentar um plano de gastos agressivo para atender à demanda por seus novos serviços baseados em inteligência artificial. A fabricante do Windows ainda superou as estimativas de receita e lucro trimestrais.
Por outro lado, a Alphabet ganhava 6,7% depois que o lucro no segundo trimestre superou as expectativas de Wall Street devido à demanda constante por seus serviços em nuvem e uma recuperação na publicidade.
Às 11:22 (de Brasília), o índice Dow Jones subia 0,01%, a 35.440,62 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 0,15%, a 4.560,61 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuava 0,07%, a 14.135,26 pontos.
Europa
As ações europeias encerraram uma série de seis dias de ganhos nesta quarta-feira, pressionadas pelos resultados abaixo do esperado da gigante francesa de artigos de luxo LVMH, bem como pelo nervosismo antes da decisão do Fed sobre a taxa de juros.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,53%, a 465,46 pontos, depois de registrar sua mais longa sequência de ganhos desde janeiro na terça-feira.
As ações da LVMH caíram 5,2%, em sua maior perda percentual diária em quase 17 meses, já que um aumento em linha com o esperado nas vendas da maior empresa de luxo do mundo indica que o setor como um todo está caminhando para uma trajetória menos impressionante de crescimento.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,19%, a 7.676,89 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,49%, a 16.131,46 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,35%, a 7.315,07 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,05%, a 28.980,45 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,85%, a 9.600,50 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,26%, a 6.273,94 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China e de Hong Kong recuaram após o rali da sessão anterior, uma vez que os investidores estavam céticos sobre a força do estímulo sinalizado por Pequim para sustentar a economia e aumentar a demanda.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 0,21%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,26%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,36%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,04%, a 32.668 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,36%, a 19.365 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,26%, a 3.223 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,21%, a 3.907 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,67%, a 2.592 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,21%, a 17.162 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,57%, a 3.304 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,85%, a 7.402 pontos.
*Com informações da Reuters.
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