Finanças

Ibovespa recua e fecha aos 104 mil pontos; dólar fica em R$ 5,15

Pesaram as preocupações com o aumento de casos da Covid-19 nos EUA; e a expectativa com decisão do Fed.

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O principal índice da bolsa brasileira fechou em leve baixa nesta terça-feira (28), com o mercado reagindo aos números sobre o mercado de trabalho em junho e à espera da decisão sobre a taxa de juros do Federal Reserve, amanhã. Uma bateria de balanços do segundo trimestre também dominou as atenções.

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O mais importante índice da B3, o Ibovespa, terminou o dia em queda de 0,35%, aos 104.108 pontos. Já o dólar comercial fechou negociado a R$ 5,1572, com leve variação negativa de 0,02%.

Ontem, o Ibovespa subiu 2,05%, voltando aos 104.477 pontos, na expectativa do novo pacote de estímulos de US$ 1 trilhão para a economia dos Estados Unidos. O dólar caiu 0,935%, a R$ 5,1583. 

Destaques da Bolsa

Mais cedo, o Carrefour Brasil (CRFB3) informou lucro líquido de R$ 713 milhões no segundo trimestre, o que representa alta de 74,9% em relação a igual período de 2019. As ações da companhia chegaram a subir 9% pela manhã e, perto do fechamento, subiam 5,3%.

A Claro, a TIM (TIMP3) e a Telefônica (VIVT4) fizeram uma nova proposta para adquirir os serviços de telefonia móvel da Oi (OIBR3), que está em recuperação judicial. Os papéis de TIM e VIVO avançaram perto de 2% enquanto a Oi subiu mais de 15%. O valor ofertado é de R$ 16,5 bilhões, acima do mínimo de R$ 15 bilhões esperado pela Oi. Além dessas três operadoras, a Highline do Brasil também disputa o negócio.

A Petrobras (PETR4) pagou US$ 3,5 bilhões de linha de crédito compromissada de US$ 8 bilhões, além de ter informado que deu início à etapa de divulgação da oportunidade da venda de sua participação na área de exploração e produção na Colômbia. Os papéis caíram por volta de 1,5%. Já a Vale (VALE3) estendeu por 45 dias o prazo para concluir venda da operação em Nova CC, na França. A ação recuou mais de 1%.

Novo recorde do ouro

O contrato futuro de ouro renovou recorde histórico de fechamento pelo terceiro dia, mas não conseguiu alcançar a marca de US$ 2 mil onça-troy. As incertezas a respeito da trajetória da economia global, em meio ao persistente avanço do coronavírus, e o dólar fraco ofereceram suporte ao metal precioso.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), a onça-troy do ouro com entrega para agosto encerrou em 0,70%, a US$ 1.944,60. Na máxima do dia, o contrato chegou a ser cotado a US$ 1.974,70 a onça-troy, no maior nível intraday da história. Nas duas sessões anteriores, o metal também havia fechado em patamares recordes. Antes disso, o recorde de fechamento era o de 22 de agosto de 2011, quando encerrou a US$ 1.891,9.

“O ouro poderá sofrer uma retração saudável se esta semana oferecer uma liquidação mais ampla do mercado, mas as perspectivas para o resto do verão (no Hemisfério Norte) ainda são de alta”, avalia o analista da Oanda, Edward Moya.

No radar do mercado

Persistiram as preocupações com o impacto da disseminação do novo coronavírus no mundo, principalmente na economia dos EUA, e também o compasso de espera pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que será anunciada na quarta-feira, além da aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal de US$ 1 trilhão pelo Congresso americano.

Ontem, o Partido Republicano apresentou no Senado americano uma proposta para um novo pacote fiscal de US$ 1 trilhão destinado a atenuar o violento impacto econômico da covid-19, que continua se alastrando com força pelos EUA.

Mais cedo, dados do setor imobiliário mostraram recuperação. O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 6,6 pontos em julho, para 83,7, na série com ajuste sazonal. Com o resultado, a média móvel trimestral do indicador avançou para 76,3, de 70 no período encerrado em junho. Nesta base, é a primeira alta em quatro meses.

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Também o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) apresentou variação positiva de 0,84% no mês de julho, uma aceleração quando comparado ao resultado do mês anterior, que registrou taxa de 0,32%.

Bolsas globais

A maioria das bolsas da Europa fechou em queda, em dia marcado pela aversão ao risco em meio aos temores de que uma segunda onda de casos de coronavírus pode estar surgindo no continente. Mesmo assim, o índice pan-europeu Stoxx 600 conseguiu encerrar em alta de 0,42%, a 367,68 pontos pontos.

O índice FTSE 100, referência na bolsa de Londres, terminou o pregão com alta de alta de 0,40%, a 6.129,26 pontos. Os ganhos foram possibilitados pela expectativa de que o governo britânico implemente novas medidas de estímulos à economia.

O jornal Financial Times informou que a administração do primeiro-ministro Boris Johnson estuda estender um programa de empréstimos para a compra de imóveis.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, sustentadas por ações de tecnologia e consumo em meio a expectativas de novos estímulos fiscais nos EUA, mas também atentas à disseminação do coronavírus pelo mundo e à deterioração das relações entre americanos e chineses.

Na China continental, os mercados avançaram pelo segundo dia seguido, impulsionados principalmente por papéis de fabricantes de alimentos e bebidas. O índice Xangai Composto subiu 0,71%, a 3.227,96 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,37%, a 2.173,84 pontos.

Investidores continuam atentos ao aumento de casos de coronavírus em vários países, particularmente nos EUA, e acompanham com cautela as rixas entre EUA e China. Na semana passada, Washington mandou a China fechar seu consulado em Houston (Texas). Em retaliação, os chineses determinaram que o consulado dos EUA em Chengdu também encerrasse atividades.

*Com Estadão Conteúdo

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