Dolar em alta; cotação; bolsa de valores; bovespa; ibovespa

No último pregão de 2024, o Ibovespa atingiu 120.283 pontos, um patamar 10% mais baixo que o do último pregão de 2023 (134.185). Em dólar, o tombo chegou a 29,6%, o pior em uma comparação, feita a pedido do InvestNews pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, com outros 15 índices mundo afora, considerando mercados emergentes e desenvolvidos.

Apenas a Bolsa do México chegou perto do índice brasileiro em desempenho negativo, com queda de 29,4% em dólar.

O índice Merval, da Argentina, por outro lado, registrou a maior alta: 113,8% em dólar. Em moeda argentina, foram 172,5%. O desconto vem porque o dólar também subiu com força em relação ao peso: 27%, mesma variação da moeda americana frente ao real.

Mesmo assim, a alta do índice Merval mais do que compensou essa perda, tornando a bolsa argentina um bom negócio “em termos reais”; ou seja, em moeda forte.

Paar calcular a variação de uma bolsa em dólar basta dividir a pontuação de um índice pela cotação da moeda americana. No caso do Ibovespa, o levantamento dividiu os 120.283 pontos do último pregão de 2024 por 6,19 (a cotação do dólar nesse dia). O resultado é um número 29,6% menor do que a divisão entre os pontos do último dia útil de 2023 pela cotação do dólar naquele momento (4,85).

Enfim. Veja abaixo esse cálculo aplicado a 15 índices.

Outros destaques

No Chile, único país latino americano na OCDE, a bolsa subiu 8,27% em moeda local. Mas também houve perda em dólar: -4%.

O Japão também viu o dólar se fortalecer – em pouco mais de 10%. Mas não bastou para colocar o índice Nikkei no negativo. Dolarizado, ele terminou em alta de 7,2%.

Mesmo o euro acabou perdendo valor: no fim de 2023, um dólar valia € 0,80. Ao final de 2024, ele tinha subido 6,5%, a € 0,86. Entre os índices europeus que analisamos aqui, o CAC 40, da França, foi o único que retraiu (-2,5%, em euro e -8%, em dólar). O país da Bastilha teve um primeiro semestre de boom econômico antes das Olimpíadas de Paris, mas depois entrou em turbulência com a convocação antecipada de eleições por Emmanuel Macron, que esparramou a economia francesa de desconfiança.