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Finanças

Microsoft compra créditos de carbono da re.green, de Armínio Fraga e família Moreira Salles

A bigtech concordou em comprar 3 milhões de toneladas de créditos de remoção ao longo de 15 anos da re.green, uma empresa de reflorestamento fundada há dois anos

A Microsoft está se unindo a um ex-Banco Central e a uma família bilionária para reflorestar grandes áreas no Brasil.

A gigante tecnológica americana concordou em comprar 3 milhões de toneladas de créditos de remoção ao longo de 15 anos da re.green, uma empresa de reflorestamento fundada há dois anos. Este é o segundo acordo da Microsoft nos últimos seis meses para comprar créditos de carbono brasileiros, ressaltando o potencial do país para abastecer mercados voluntários de carbono.

Um clima tropical e vastas extensões de terras agrícolas degradadas dão ao Brasil a capacidade de plantar florestas de rápido crescimento em grande escala. O país poderá compensar um total acumulado de 30,5 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente até 2050, tornando-se o maior país do mundo em potencial de redução de carbono através do desmatamento evitado, do reflorestamento e da agricultura sustentável, de acordo com o BloombergNEF.

“O Brasil tem uma tremenda vantagem competitiva dada a quantidade de terras que temos e o clima”, disse o CEO da re.green Thiago Picolo em entrevista, acrescentando que planeja ter uma área do tamanho de Porto Rico sob sua gestão dentro de 15 anos. “A empresa líder em restauração não sairá de Nova York ou Londres. Vai sair do Brasil.”

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, faz parte do conselho da re.green e a empresa de gestão de ativos que ele fundou, Gávea Investimentos, também é uma das investidoras da re.green. A bilionária família Moreira Salles também investiu na empresa de reflorestamento.

A indústria de compensação de carbono, em rápido crescimento, também enfrenta alguns ventos contrários. Nos últimos anos, casos de greenwashing minaram a confiança no Brasil e no exterior. Os procuradores federais brasileiros, por exemplo, abriram investigações sobre projetos de crédito de carbono por supostamente assediarem grupos indígenas e não cumprirem promessas feitas às comunidades locais.

A re.green, com sede no Rio de Janeiro, já tem 13.000 hectares de terras disponíveis e precisará adquirir cerca de outros 3.000 hectares para cumprir o acordo de fornecimento com a Microsoft. Seus créditos são gerados pelo plantio de espécies nativas em terras que já fizeram parte da Amazônia e da Mata Atlântica, e está em busca de outros compradores além da Microsoft.

Cerca de 8% das florestas da re.green serão colhidas em cerca de 25 anos e depois replantadas com florestas permanentes, sob uma metodologia diferente para cálculo de créditos de carbono. Esta colheita torna economicamente viável a recuperação de áreas onde o valor dos créditos em si não seria suficiente para cobrir os custos, disse Picolo.

A empresa está em processo de registro de seus projetos junto da Verra, uma verificadora de compensação de carbono. O acordo com a Microsoft deve servir como um voto de confiança que ajudará a re.green a encontrar mais investidores e até mesmo a acessar os mercados de dívida para se expandir, disse Picolo.

“Acreditamos que isso será fundamental para levantarmos capital adicional”, disse ele.

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