Na expectativa do Copom e do Fed, hoje, os mercados operaram voláteis ontem, diante da persistente alta dos rendimentos do Tesouro americano, que voltaram a subir após o leilão de US$ 24 bilhões. Aqui, doses extras de cautela com a vacinação lenta e mais lockdowns se sobrepuseram a indicadores positivos, como a criação recorde de empregos do Caged em janeiro, 260 mil vagas com carteira assinada. Com ajuda de NY na reta final, o Ibovespa recuperou os 114 mil pontos, reduzindo a queda a 0,72%, mas com volume financeiro fraco, de apenas R$ 28,7 bilhões, que demonstra a cautela do investidor.
Hoje, na decisão de política monetária do Copom, a aposta é unânime de analistas e investidores de que a Selic deve subir, pelo menos, 50 pontos, do piso de 2% que ficará para a história. O BC insistiu por muito tempo no discurso de “inflação transitória”, tinha o apoio de boa parte do mercado e as críticas de gestores, que hoje podem dizer que cansaram de avisar sobre o risco de manter o juro negativo. Ainda no front local, a Secretaria de Política Econômica divulga às 9h30 novas projeções econômicas, seguido de entrevista do secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, e do secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.
As negociações nesta quarta-feira nos mercados financeiros serão marcadas pela cautela antes do anúncio das decisões de política monetária dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve divulga seu comunicado às 15h (horário de Brasília) junto com novas projeções econômicas. Os investidores buscarão qualquer indicação sobre se o Fed espera que o crescimento econômico induzido por medidas de estímulo impulsione a inflação de forma a justificar uma mudança em sua postura mais cedo do que o esperado, ou se o banco central agirá para controlar a recente liquidação nos Treasuries.
As bolsas europeias operam no vermelho, porque muitos investidores estão cautelosos, à espera da decisão do FOMC e do comunicado da decisão sobre juros e compra de títulos. A política monetária americana vem atraindo bastante atenção, após a disparada dos yields dos Treasuries, com preocupações sobre inflação.
Quanto a inflação na zona do euro, não houve repercussões, dentro das expectativas. O CPI final na região subiu a 0,9% em fevereiro na comparação anual e ganhou 0,2% em fevereiro ante janeiro, como projetado. Há pouco, a bolsa de Londres caía 0,38%, Paris (-0,21%), porém Frankfurt subia 0,10% (em função dos bons resultados da BMW).
Futuros em NY: Dow Jones sobe 0,07%, S&P 500 cai 0,06% e Nasdaq recua 0,31%; Yield do T-note de 10 anos sobe a 1,6366% (1,6154%% ontem); Petróleo tipo Brent para maio recua 0,92%, cotado a US$ 67,78 o barril; Ouro para abril opera em alta de 0,18%, cotado a US$ 1.733,95 a onça-troy;
O dólar fechou em queda ante o real na terça-feira, mas ficou longe das mínimas intradiárias, com operadores reduzindo exposição na véspera de decisões de política monetária no Brasil e nos EUA. Dólar/Real: -0,38%, a 5,6166.
O índice Bovespa segue em um processo de correção no curto prazo, porém ao operar no nível dos 115 mil pontos, interrompe temporariamente o movimento mais forte de baixa e começa a consolidar uma congestão, o que é positivo neste momento. No período mais longo, ainda se preserva acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.
Indicadores |
Brasil: |
BC divulga decisão sobre a Selic (18h30) |
Fipe: IPC da segunda quadrissemana de março (5h) |
FGV: IPC-S Capitais (8h) e Monitor do PIB de janeiro (10h15) |
BC: fluxo cambial semanal (14h30) |
Balanços de Copel, EzTec e Yduqs, após o fechamento do mercado |
EUA: |
Fed divulga decisão de política monetária (15h) e Jerome Powell concede entrevista coletiva (15h30) |
Europa: |
Zona do euro/Eurostat: CPI final de fevereiro (7h) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.