Cenário global e bolsa de valores
Com uma agenda de indicadores econômicos cheia nesta sexta-feira, primeiro de outubro, vários índices de atividade serão divulgados e na Europa e EUA a inflação (PCE) será monitorada hoje pelos mercados internacionais, que entram no mês de outubro em um cenário de instabilidade, com uma crise de energia global preocupando o mundo e a cadeia de suprimentos ainda desequilibrada no pós-pandemia podem trazer um ambiente inflacionário global, coincidindo com a redução gradual de estímulos monetários dos bancos centrais que por outro lado podem trazer o efeito colateral de desaceleração do crescimento, conforme dados recentes divulgados pela China. Também deve pesar sobre os mercados hoje, o adiamento de uma votação dos projetos de gastos do governo dos Estados Unidos, uma vez que os líderes democratas tiveram problemas para conseguir apoio suficiente.
A inflação na zona do euro atingiu máxima de 13 anos em setembro e pode subir ainda mais, devido principalmente ao aumento nos custos de energia, além do impacto de gargalos de oferta e produção. Os mercados chineses ficarão fechados por uma semana a partir desta sexta devido ao feriado, mas as preocupações com a crise energética no país e o destino do China Evergrande Group persistem. Ainda na Ásia, o mercado acionário do Japão caiu com força nesta sexta-feira para mínimas em um mês devido aos temores de que várias falhas nas cadeias de oferta em todo o mundo possam manter a inflação elevada por um período muito mais longo. Na semana, o Nikkei perdeu 4,89%, maior perda desde que o mercado sofreu grandes quedas após o surto de coronavírus no início de 2020.
Pré-Mercado em NY AGORA: Futuros: Dow Jones (-0,69%), S&P 500 (-0,59%), Nasdaq (-0,48%); Petróleo: WTI a US $ 74,34 (-0,92%); Ouro: -0,06%, a US $ 1,755,90 a onça-troy na Comex; T-note de 10 anos a 1.48760 (de 1.48560); Bolsas na Europa AGORA: Londres (-092%) a 7,021; Frankfurt (-0,79%) a 15,140; Paris (-0,89%) a 6,462; Madrid (-0, 94%) a 8.796.
Cenário no Brasil
Aqui, nos traz impactos negativos um quadro desfavorável para os países emergentes com a redução da liquidez global, agravado no Brasil por posicionamentos populistas que se anunciam com a antecipação do ano eleitoral, deteriorando a percepção do risco fiscal e a confiança do investidor. Hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, faz palestra às 11h em evento do Morgan Stanley. Além disso, os mercados devem ficar de olho no câmbio, depois de na véspera o BC realizar leilão extraordinário de swaps, informado com o pregão em andamento, pela primeira vez desde 8 de julho. Mesmo assim, o dólar fechou em alta e no maior patamar desde abril, a R$ 5,45.
Ibovespa
A bolsa brasileira fechou pelo terceiro mês seguido no vermelho, com agentes do mercado pessimistas para o médio prazo, diante da deterioração dos cenários para inflação e crescimento no Brasil e no exterior. O Ibovespa caiu 0,11%, a 110.979,10 pontos, com volume financeiro acima da média, de R$ 35,5 bilhões. No mês, o Ibovespa despencou 6,57% e no ano recua 6,75%.
o IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos, por último os 115 mil pontos e segue se afastando abaixo da média móvel curta (21 períodos).
Indicadores econômicos e eventos |
FGV: IPC-S final de setembro (8h) |
IHS Markit: PMI Industrial de setembro ( 10h) |
Secex: balança comercial de setembro prevê superávit de US $ 4.300 bilhões (15h) |
EUA: Núcleo do Índice de preços de gastos com consumo (PCE) (9h30) |
EUA / IHS Markit: PMI industrial final de setembro (10h45) |
EUA / ISM: índice de atividade industrial em setembro (11h) |
EUA / Univ. Michigan: índice de sentimento do consumidor final de setembro (11h) |
EUA / Deptº do Comércio: Investimentos em construção em agosto (11h) |
EUA / Baker Hughes: poços de petróleo em operação (14h) |
Fonte de pesquisa: Refinitiv (Reuters)