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Finanças

Morning Call: Ibovespa tira férias da política, com recesso parlamentar

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global: chegamos ao final desta semana ainda digerindo os dados econômicos divulgados nos últimos dias nos Estados Unidos e na China, abrindo espaço para o mercado financeiro seguir debatendo os sinais de inflação acelerando, crescimento econômico se acomodando e como reflexo, traz uma desconfiança com o banco central americano (Fed) em relação a sua condução de política monetária e o melhor momento para redução da compra de ativos (tapering). Para hoje, devemos ficar atentos ao desempenho das vendas ao varejo norte-americano em junho (9h30). Ligado nisso, os índices futuros das bolsas de NY operam com cautela, próximos da estabilidade, após pregão mais pesado na Ásia, que ainda contamina a abertura das bolsas europeias. Porém, os ativos de risco não possuem, até agora, um gatilho para disparar um fluxo de venda mais intenso. 

As bolsas na Europa operam com viés negativo, de um lado, os bons balanços do segundo trimestre e a “dovish” retórica dos bancos centrais para dar sustentação às bolsas. De outro, pesam no horizonte a atividade mais fraca na China e a variante delta do coronavírus. As ações relacionadas a viagens e lazer se destacam em alta hoje. Notícia boa vem da reabertura, com o Reino Unido declarando que vai relaxar restrições de mobilidade e negócios na segunda-feira. Além disso, o presidente americano Joe Biden afirmou ontem que os EUA estão avaliados se podem retirar como restrições de viagens de cidadãos europeus ao país. 

Brasil: aqui, as incertezas no cenário externo somam-se as tensões políticas internas, que deixam os investidores com um posicionamento mais defensivo. Porém, com o início do recesso parlamentar em Brasília, pausa nos trabalhos da CPI da Covid e a postergação das discussões sobre a reforma tributária para agosto, tendem a deixar o clima mais leve e pode jogar a favor da bolsa brasileira. O quadro de saúde de Bolsonaro evolui favoravelmente; a cirurgia está, em princípio, descartada. O presidente, no entanto, continuará internado. O risco mais imediato para os negócios vem dos mercados em NY, que sustenta uma queda-de-braço com o Fed sobre o melhor momento para a redução de estímulos.

Ibovespa: a bolsa brasileira virou no meio do pregão ontem, puxada pelo mau humor em NY, com o Fed demonstrando desconforto com a inflação, nas palavras do presidente Jerome Powell. O índice caiu 0,73%, aos 127.467,88 pontos, com giro fraco de R$ 28,5 bilhões. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém sinais da correção foram dados e estão em andamento, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, atual resistência no gráfico e operar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O investidor estrangeiro retirou R$ 1,27 bilhão da B3 no dia 14 de julho, quarta-feira, tirou R$ 2,42 bilhões da B3 no acumulado de julho; no ano, saldo é positivo em R $ 45,59 bilhões. 

Indicadores:
FGV: Monitor do PIB de maio (10h15)
FGV: IGP-10 de julho (8h)
FGV: IPC-S da 2ª quadrissemana de julho (8h)
Zona do euro / Eurostat: balança comercial de maio (6h)
Zona do euro: CPI final de junho e Núcleo do CPI (6h)
EUA / Deptº. do Comércio: vendas no varejo de junho (9h30)

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