Cenário global: começamos o dia ainda digerindo a ata do FED divulgada ontem. O mercado não esperava, mas o Federal Reserve surpreendeu, ao assumir que poderá começar a discutir a redução de compra de ativos na próxima reunião do FOMC, por isso, os mercados reagiram de forma imediata puxando as taxas dos Treasuries e o dólar, depreciando o câmbio dos emergentes, que se beneficiam da liquidez global, causando também uma queda das principais bolsas ao redor do mundo.
Hoje, as bolsas europeias operam mistas, sem direção única, com investidores indecisos entre o fator positivo de abertura e retomada das atividades econômicas com avanço do combate ao coronavírus, ou pelo fator negativo de uma possível elevação dos juros para conter as pressões inflacionárias, que reduz a liquidez global e muda o fluxo de recursos de ativos de risco, como mercado acionário, para títulos soberanos com taxas mais atrativas, como pode acontecer no Brasil, no ciclo de alta da Selic.
O Reino Unido reabriu grande parte da economia na segunda-feira, com avanço da vacinação, autoridades esperam liberar tudo em 21 de junho. A Itália vai começar a relaxar suas restrições nas próximas semanas, assim como a Alemanha também está em processo de reabertura. Hoje, a inflação alemã não surpreendeu, o PPI subiu 0,8% em abril ante março e 5,2% na base anual, dentro das expectativas.
Ásia: na China continental, índice Xangai Composto fecha em queda de 0,11%, aos 3.506,94 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei subiu 0,19%, aos 28.098,25 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng caiu 0,50%, para 28.450,29 pontos; em Seul, Kospi recuou 0,34%, aos 3.162,28 pontos; Europa: índice Stoxx 600 opera em alta de 0,18%, aos 437,14 pontos; Bolsa de Frankfurt sobe 0,16%, Londres cai 0,17%, Paris +0,39% e Madri -0,47%; NY/Pré-mercado: futuro de Dow Jones cai 0,50%, do S&P 500 -0,50% e do Nasdaq -0,48%; Petróleo tipo Brent para julho cai 1,74%, a US$ 65,50 o barril; WTI para junho recua 1,53%, cotado a US$ 62,38; Ouro para junho cai 0,83%, cotado a US$ 1.866,05 a onça-troy.
Brasil: na agenda de indicadores de hoje, teremos arrecadação de abril e no cenário político, mais CPI com Pazuello no segundo dia de depoimento, e a repercussão da MP de privatização da Eletrobras, que foi aprovada na madrugada na Câmara e agora segue para o Senado.
Ibovespa: depois de bater máxima de 123.013,40 pontos ontem, o índice sofreu para se segurar aos 122 mil pontos, mas venceu mais uma batalha para se manter neste nível. O IBOV fechou em queda de 0,28% (122.636,30 pontos), com giro financeiro de R$ 35,2 bilhões, em um ambiente de cautela com pressões inflacionárias no cenário global e reforçado pela ata do Fed que deu brecha para esta interpretação. Além disso, o investidor no Brasil também fica de olho em Brasília, com a CPI ouvindo o ex-ministro Eduardo Pazuello e uma operação da PF atingindo o titular do Meio Ambiente Ricardo Salles. Sem a força das commodities, a aversão ao risco pesou na bolsa brasileira. O Ibovespa segue em tendência de alta no curto e longo prazo, porém consolidar-se acima da resistência dos 122 mil pontos é fundamental para dar continuidade rumo ao topo histórico do dia 8 de janeiro de 2021, aos 125.323 pontos.
Indicadores |
Brasil |
Receita: Arrecadação federal em abril (11h30) |
CPI da Covid retoma depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (9h30) |
CNI/Sondagem industrial: Indicador de estoques de abril; Indicador de emprego e Utilização da Capacidade Instalada (UCI) (10h) |
EUA |
Dpto Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego da semana até 15/05 (9h30) |
Ásia |
Japão/Jibun Bank/IHS Markit: PMI composto, PMI industrial e PMI de serviços de maio (21h30) |