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Hoje, no exterior, investidores ajustam suas expectativas para as altas de juros nos Estados Unidos repercutindo as declarações “hawkish” do Federal Reserve. O chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, afirmou que o Fed pode agir “mais agressivamente” para elevar os juros buscando combater a inflação, possivelmente com altas de mais de 0,25 ponto percentual de uma vez. Já no cenário do conflito geopolítico, o alerta da Rússia de que as relações diplomáticas com os EUA estão “à beira da ruptura” e o impasse nas negociações para um cessar-fogo na Ucrânia evidenciam os riscos da guerra se intensificar. Com isso, volta a disparar o petróleo e complicam a vida do Copom aqui no Brasil, o qual ancorou suas expectativas de política monetária aos preços da commodity.

As bolsas asiáticas tiveram um pregão majoritariamente de altas consistentes nesta ter

As bolsas asiáticas tiveram um pregão majoritariamente de altas consistentes nesta terça-feira, com Hong Kong liderando a alta após avanço importante do papel do Alibaba, que expandiu seu programa de recompra de ações e, com isso, subiu +11,2%. As bolsas da Europa avançam nesta manhã após iniciarem os pregões de forma modesta, ainda que no terreno positivo. Ontem, o dia foi de fechamento sem direção única com os investidores monitorando os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. As declarações de Jerome Powell indicando que os EUA podem realizar altas maiores nos juros também estão no radar dos investidores europeus. Na abertura, Londres operava em alta de +0,45%; Frankfurt, +0,96%; Paris, +0,72%, Madrid, +0,39% e Stoxx600, +0,40%.

Pré-mercado em NY: Futuros: Dow Jones (+0,39%), S&P 500 (+0,31%), Nasdaq (+0,33%); Treasuries: T-note de 10 anos a 2,34620 (de 2,29250); Petróleo: Brent a US$ 113,91 (-1,48%); WTI a US$ 109,63 (-2,22%); Ouro: -0,23%; US$ 1.925,00 a onça-troy.

Cenário no Brasil

Aqui, a terça-feira começa com a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central, com investidores buscando mais pistas sobre os próximos passos da autarquia enquanto repercutem a decisão do governo de zerar a tarifa de etanol e de alguns alimentos e aguardam relatório de receitas e despesas. O BC tem que explicar hoje na ata (8h) o “cenário alternativo” mais confortável para o petróleo (US$ 100) e a inflação (3,1%), que justificaria só elevar a Selic mais uma vez. As projeções, porém, continuam fugindo à realidade da crise, com petróleo a US$ 115 e IPCA a 3,75% em 2023 na Focus. 

Além disso, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, abre pela manhã seminário de inovação financeira. Às 14h30, o Ministério da Economia divulga o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 1º Bimestre, seguido de coletiva do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago.

O principal índice da bolsa brasileira avançou na segunda-feira pela quarta sessão consecutiva e voltou a fechar acima dos 116 mil pontos, depois de seis meses, apesar da queda das ações em Wall Street por postura mais dura do presidente do banco central norte-americano contra inflação. O Ibovespa avançou 0,73%, a 116.154,53 pontos. O investidor estrangeiro ingressou com R$ 4,26 bi na B3 no dia 18/03, segundo maior valor observado em 2022. No acumulado de março, saldo é positivo em R$ 16,87 bi; no ano, o saldo é positivo em R$ 79,49 bilhões.

Indicadores econômicos e eventos
Brasil: Balanços de Copel, Even, Petrorecôncavo, Positivo e Vibra Energia
BC divulga ata do Copom (8h)
Ministério da Economia divulga relatório de receitas e despesas do 1º bimestre (14h30)
Secretário do Tesouro, Esteves Colnago, concede entrevista sobre os números (15h)
EUA/API: estoques de petróleo da semana até 18/03 (17h30)