No cenário externo hoje, as bolsas europeias devolveram boa parte dos ganhos observados no início dos negócios e operam em leve queda na manhã desta terça-feira, enquanto investidores ficam na expectativa das reuniões de política monetária desta semana, em vários bancos centrais ao redor do mundo como EUA, União Europeia, UK, Japão, dentre outros e ficavam atentos aos desenvolvimentos em torno da variante Ômicron do coronavírus. O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve sinalizar uma redução mais rápida de suas compras de ativos na quarta-feira, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) se reunirão na quinta-feira para determinar o curso de suas políticas monetárias em 2022.
Na Zona do Euro, a produção industrial sobe 1,1% em outubro ante setembro, o crescimento ficou pouco abaixo da previsão, que era de +1,3%. Trata-se do primeiro aumento após dois meses de quedas devido a gargalos na cadeia de abastecimento causados pelas restrições impostas na Pandemia de Covid-19.
As bolsas da China fecharam em queda nesta terça-feira, com perdas em setores de materiais básicos, financeiro e consumo, em meio a preocupações sobre o impacto da variante Ômicron da Covid-19 e riscos de dívidas enfrentados pelas incorporadoras imobiliárias. O regulador de valores mobiliários da China disse na segunda-feira que resolveria adequadamente os riscos de inadimplência dos títulos, mas ainda insuficiente para trazer confiança ao investidor. Também atingindo o sentimento, várias empresas em um dos maiores centros de manufatura da China suspenderam operações em meio a tentativas de conter um surto da Covid-19.
Cenário no Brasil
A mensagem mais dura do comunicado do Copom, resfriada pelo IPCA de novembro abaixo das estimativas, apesar de elevado, pode ser corrigida hoje pela ata, que será divulgada daqui a pouco (8h). O mercado espera, principalmente, mais detalhes em relação à atividade fraca, não detalhada ainda pelo Banco Central, desconsiderando seu efeito sobre a possível acomodação inflacionária.
Hoje, o volume de serviços do IBGE (9h) deve dar mais uma prova de que a recuperação pós-pandemia do setor esgotou, esvaziando o risco de inflação mais resiliente, que exija uma Selic mais elevada e por período mais longo. Mas os mercados também ficam de olho em Brasília, onde deputados podem votar trechos da PEC dos Precatórios alterados pelo Senado Federal.
Ibovespa
O principal índice brasileiro de ações cedeu no final da sessão e fechou em queda na segunda-feira, sob influência de um cenário externo negativo. Ainda assim, a baixa foi inferior àquela adotada pelos principais índices em Wall Street. O Ibovespa caiu 0,35%, a 107.383,32 pontos, com volume financeiro de R$27,4 bilhões. O IBOV segue em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após operar abaixo da média móvel curta (21 períodos) e romper o fundo formado no dia 20 de setembro aos 107.500 pontos. Qualquer movimento positivo neste momento será considerado um repique de alta, dentro da tendência principal de baixa, portanto é necessário mais tempo e mais confirmações para reverter esta tendência.
No acumulado de dezembro, o saldo de investimento estrangeiro na bolsa brasileira é positivo em R$ 5,84 bi; no ano, o saldo é positivo em R$ 62,05 bilhões. Em 10 pregões, o total está positivo em R$ 5,76 bilhões (9 positivos e 1 negativo).
Indicadores econômicos e eventos |
BC: ata do Copom (8h) |
IBGE: Serviços (9h) |
EUA: PPI e Núcleo do PPI (10h30) |
EUA: estoques de petróleo (18h30) |
Chile: política monetária do BC (19h) |
China: Vendas no varejo (23h) |