Morning Call: setembro começa com PIB no Brasil e atividade industrial

Cenário global e bolsa de valores

Hoje, no exterior, ainda há um ambiente de otimismo dominando os mercados, porém com um tom de cautela após mais indicadores mostrarem desaceleração do crescimento econômico. A atividade industrial da China contraiu em agosto pela primeira vez em quase um ano e meio, segundo o PMI do Caixin/Markit. Mas, os índices acionários da Ásia subiram nesta quarta-feira depois que estes dados fracos sobre a atividade industrial elevaram as expectativas de um afrouxamento na política monetária, com os setores de consumo básico, imobiliário, financeiro e de infraestrutura liderando os ganhos. Ainda no decorrer do dia, teremos dados da atividade industrial nos EUA, Europa e Brasil. 

Após a queda de ontem (Stoxx 600 -0,59%), as bolsas europeias demonstram força e buscam uma recuperação neste início de pregão e já operam próximas de máximas recordes nesta quarta-feira, já que novos sinais de enfraquecimento na economia da China e de outros países asiáticos pode ser compensado pela expectativa de mais estímulos e como de costume nesta crise de Covid, os investidores deixam os riscos de aumento da inflação em segundo plano. 

Enquanto isso, uma pesquisa mostrou que o crescimento da manufatura na zona do euro permaneceu forte em agosto, mas os problemas da cadeia de oferta devido à pandemia continuaram a restringir o fornecimento de matérias-primas, elevando os preços. Ainda na zona do euro, o PMI Industrial caiu a 61,4 pontos em agosto, menor patamar em 6 meses, levemente abaixo das estimativas, mas em zona de expansão ainda e mostrando melhora consistente do bloco. A taxa de desemprego ficou em 7,6% em julho, como previsto. 

Cenário no Brasil

A divulgação do Produto Interno Bruto brasileiro do segundo trimestre abre o mês de setembro, mas já se espera uma estagnação da atividade. Pesquisa da Reuters mostra que medidas de quarentena impostas no período para controlar a pandemia frearam a retomada, já impactada pela pressão inflacionária, tensões políticas e situação fiscal delicada. Além disso, ontem o governo mudou o nome da bandeira vermelha para “bandeira da escassez hídrica” e subiu o preço da tarifa de energia elétrica para R$ 14,20 a cada 100 kW / h, um salto de 50% que já era esperado. A alta, a partir de hoje, provocará aumento médio de 6,78% na conta de luz, com impacto em torno de 0,30 pp no ​​IPCA de setembro, puxando as projeções do ano para quase 8%. Por essas e outras, o investidor no mercado interno deve se manter na defesa e com cautela.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, acumulando o segundo mês consecutivo de perdas, com a percepção de aumento do risco fiscal e preocupações com a crise político-institucional no país prevalecendo sobre entradas líquidas de estrangeiros no mercado acionário brasileiro. No acumulado de agosto, o investidor estrangeiro ingressou com R$ 7,19 bilhões; no ano, o saldo é positivo em R$ 46,95 bilhões. 

O IBOV começa a ameaçar a sua tendência de alta no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos, porém um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos e por último os 117 mil pontos, além disso segue se consolidando abaixo da média móvel curta (21 períodos).