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Finanças

‘Netflix’ dos investimentos? Lógica do streaming chega ao mundo das finanças

Conteúdo personalizado começa a ser testado na esfera das aplicações financeiras. O que o investidor ganha com isso?

economia

Já se tornou uma tarefa difícil reconhecer quais conteúdos são feitos ou não “sob medida” para você. Playlists no Spotify, capas dos filmes e as recomendações do Netflix. Quando foi a última vez que você clicou em um vídeo do YouTube, sem que fosse recomendado pelo algoritmo? Seguindo a tendência, o mundo dos investimentos começa a embarcar nessa onda de mais eficiência na transmissão de seus conteúdos

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Foi a educação à distância que instituiu a primazia da personalização do conteúdo. No tempo em que as aulas eram presenciais, os pais acreditavam que enviar seus filhos para o ensino padronizado, de formato único para toda a turma, era o melhor jeito de garantir conhecimento. Ignorava-se os perfis individuais dos alunos, seus tempos de aprendizado e o nível de cada um. Agora, o lógica aplicada pelos serviços de streaming começa a chegar à educação financeira.

Eliminar barreiras

“Os clientes têm muitas dúvidas, algumas até básicas, que não são sanadas e terminam por impedi-los de fazer um investimento”, explica Vitoria Lakiss, gerente de produtos da Easynvest. Ela está por trás de uma nova funcionalidade na corretora que propõe levar conteúdo direcionado da forma mais didática e simples para os iniciantes nas aplicações financeiras.

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Lakiss afirma que seu time fez uma pesquisa intensa, entrevistando clientes para descobrir suas maiores dores. Segundo ela, quem começa geralmente fica mais curioso pela rentabilidade dos produtos, até mesmo quando eles são pós-fixados: “Olhando para o passado, a gente tem algumas ideias, mas não sabemos do futuro. O cliente está tão desconectado desse universo dos investimentos, que ele acaba buscando uma informação que ninguém no mundo vai conseguir para ele”, relata.

Como a internet já está saturada de conteúdo, o diferencial é uma exposição de forma lógica e um linguajar próximo. A pesquisa com os clientes se transformou em uma parceria com a plataforma audiovisual de finanças pessoais InvestFlix, para produzir vídeos e textos adaptados às suas necessidades, ou “handmaded” como explica Lakiss. 

Inicialmente, o recurso fará um direcionamento a partir do nível de experiência dos investidores. Mas como tudo que é novo na internet, é só o começo de um experimento. Os resultados com clientes que estão a menos de 12 meses com conta aberta na Easynvest vão retroalimentar o lançamento de outros blocos de conteúdo, dessa vez com critérios para além da mera experiência.

“Conteúdos diferentes, públicos diferentes. Selecionando-os por acesso, por perfil, histórico de compra. Então se o cliente já tem vários produtos, eu não preciso explicar cada um desses produtos”, exemplifica Lakiss.

Para quem fica preocupado com a autonomia própria em meio a tanta personalização e recomendações, Lakiss explica que a estratégia não é bem essa. Segundo ela, há uma preocupação em formar investidores responsáveis.

“Nós estamos munindo nossos clientes com informação para que façam a melhor escolha. Mesmo quando recomendamos um produto, temos que fazer vários disclaimers sobre rentabilidade, perfil, etc”. 

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