A operadora de telecomunicações Oi (OIBR3-OIBR4) atendeu a prestação de contas solicitada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a notícia publicada pela Folha de São Paulo de que a companhia “abria caminho para nova recuperação judicial”.

O órgão regulador questionou a Oi se as informações veiculadas são verdadeiras e caso sim, por qual motivo não foram declaradas em fato relevante, assim como informações prestadas à Justiça em Tutela de Urgência Cautelar não foram comunicadas à autarquia.

Segundo a Oi, foi imprescindível recorrer à proteção judicial contra credores para implementar nova etapa de reestruturação, uma vez que a companhia vem aumentando suas despesas adicionais com juros, somado a queda de receita, serviços impactando negativamente o fluxo de caixa, a pandemia e despesas fixas elevadas. A companhia também esclareceu que a mudança de estratégia de negócios com foco em serviços de fibra ótica ainda não é suficiente para resolver o seu endividamento e ainda está em fase de testes.

Veja esclarecimento da Oi na íntegra:

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Logotipo da operadora de telecomunicações Oi. 18/7/2018. REUTERS/Paulo Whitaker

Na véspera, os acionistas da Oi (OIBR3)  pediram a convocação de assembleia extraordinária para troca dos membros do conselho de administração da companhia.

O pedido foi realizado por três acionistas da empresa, entre eles: Tempo Capital Principal Fundo de Investimento em Ações, Victor Adler e VIC DTVM S/A.

Eles também pedem que o número de membros do conselho seja fixado em 9 pessoas e mandato unificado de 2 anos aos conselheiros a partir da eleição.

A ação da Oi encerrou a quinta-feira (2) em queda de 31,78%, negociada a R$ 1,61.

Proteção contra credores

A Oi pediu à Justiça do Rio de Janeiro uma liminar que a proteja de credores com os quais detém cerca de R$ 29 bilhões em dívidas, incluindo bancos e detentores de títulos, em passo que pode vir antes de um novo processo de recuperação judicial da companhia.

A medida vem após a Oi sair de um processo de recuperação judicial em dezembro passado.

A empresa argumenta que tentou chegar a um acordo com os credores para refinanciar sua dívida, mas até agora não obteve sucesso. A Oi disse que não pode pagar R$ 600 milhões devidos aos detentores de títulos em 5 de fevereiro, o que desencadearia a aceleração de quase todas as dívidas financeiras da companhia.