Após a compra da Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) – sexta maior gestora de fundos imobiliários em patrimônio líquido, de acordo com a Economatica – o grupo Pátria Investimentos mais que dobrou sua carteira de real estate. Os US$ 2,4 bilhões em ativos do CSHG passarão a ser adicionados à vertical real estate, que passa a totalizar US$ 6 bilhões em ativos sob gestão no Brasil, Chile e Colômbia, afirmou o Patria.
Com a operação, segundo a gestora, a área passa a representar cerca de 15% do total de US$ 43 bilhões em ativos sob gestão do Patria, considerando todas as suas verticais, que incluem também private equity, infraestrutura, crédito, public equities e global private market solutions.
Apesar de a conclusão da operação (avaliada em R$ 650 milhões) depender da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e dos próprios cotistas dos FIIs da CSHG, o Pátria passa a gerir mais oito fundos imobiliários além dos 13 já geridos pelo VBI Real Estate. Esse último foi adquirido em junho de 2022, sendo que os 50% restantes devem ser comprados pelo Pátria em até três anos.
Desde o ano passado a gestora vem investindo forte no segmento de fundos imobiliários, incorporando em sua carteira cifras bilionárias a fim de uma maior representatividade na modalidade, segundo fato relevante. Mas bem da verdade, desde a listagem na Nasdaq que o Pátria vem focando em novas aquisições.
Em novembro, a gestora adquiriu a Abrdn, braço de private equity da antiga Aberdeen. E isso deve contabilizar mais US$ 7,8 bilhões em ativos após aprovação do negócio.
Segundo o BTG Pactual, a listagem na bolsa americana deu à gestora uma ferramenta poderosa (e dinheiro) para consolidar, o que eles estão fazendo em um ritmo acelerado, “levando o Pátria a diversificar bastante o seu negócio (ou seja, em vez de “só” ser uma empresa de capital privado)”.
Antes da oferta de ações, em janeiro de 2021, que levantou mais de US$ 3,2 bi, o grupo tinha cerca de US$ 8 bilhões em ativos sob gestão, em especial nas estratégias de private equity e infraestrutura. Agora são geridos mais de US$ 30,5 bilhões diversificados em pelo menos oito modalidades.
“Combinado com diversificação geográfica, seus resultados tornam-se menos voláteis e menos sensíveis a gargalos de produtos específicos (por exemplo, ambiente de captação de recursos mais difícil para private equity em EUA/Europa)”, aponta o BTG em relatório.
Os FIIs do CSHG
No caso do CSHG, o Pátria leva além dos ativos, a experiente e respeitada equipe de 25 pessoas, que segundo fato relevante, será mantida.
Os gestores são responsáveis pelo maior FII de Logística do CSHG, o HGLG11, que tem uma base com quase 400 mil investidores e patrimônio de R$ 5,2 bilhões. Este é o quarto fundo imobiliário mais negociado nos últimos 12 meses encerrados em setembro, segundo a B3, e representa 4,5% da carteira do Índice de Fundos Imobiliários (IFIX), sendo a 3ª maior composição do indicador.
Os outros sete FIIs que englobam o negócio, incluem CSHG Real Estate (HGRE11); CSHG Recebíveis Imobiliários; (HGCR11); CSHG Renda Urbana (HGRU11); CSHG Imobiliário FoF (HGFF11); CSHG Prime Offices (HGPO11); Castello Branco Office Park (CBOP11); CSHG Residencial (HGRS11). Juntos, os fundos contam com uma base de mais de 814 mil cotistas.
![](https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2023/12/20231207_Info_fundos_Patria-1.jpg)
Analistas do BTG se reuniram recentemente com um dos cofundadores do Pátria, Alexandre Saigh, que admitiu problemas de execução quando a gestora adotou uma estratégia agressiva com shoppings há alguns anos. Isso porque a alavancagem era alta e alguns erros foram cometidos, segundo os interlocutores.
Mas depois de comprar a VBI, o Pátria pode contar com a experiência da equipe imobiliária liderada por Marcelo Fedak, e agora, de Augusto Martins (CSHG).
“A gestão de ativos é um negócio de pessoas, por isso é vital ter executivos de alto nível vinculados a classe de ativos, além de fusões e aquisições” teria dito Saigh à equipe de analistas do BTG.
Veja também
- JHSF conclui parte de acordo com XP Malls para venda de fatias em shoppings
- Reforma Tributária: contribuição de FIIs e Fiagros será opcional para ‘tranquilizar o mercado’
- Imóveis mundiais perderão 9% do seu valor por conta de tragédias climáticas
- Patria recebe aprovação de cotistas para transferência de FIIs do CSHG
- Kinea mira captação bilionária através de fundo de recebíveis