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Finanças

Pirâmide financeira: o que é e como não cair nessa armadilha?

Golpes oferecem ganhos exorbitantes, acima da média de mercado, para atrair as pessoas com propostas tentadoras.

Não é de hoje que se ouve falar sobre esquemas de fraude com investimentos. Conhecidos como pirâmide financeira, esses golpes oferecem ganhos exorbitantes, acima da média de mercado, para atrair as pessoas com propostas tentadoras. No final, tornam-se vítimas. 

Nesse sentido, a dica para tentar evitar cair nesses golpes é: desconfie. O problema é que, muitas das vezes, é difícil pensar que se tratam de operações fraudulentas, já que há modelos em que os negócios são disfarçados de empresas de investimentos. 

Conteúdo online (Imagem de Tumisu por Pixabay)
Golpes oferecem ganhos exorbitantes, acima da média de mercado (Imagem de Tumisu por Pixabay)

No caso, cautela é a palavra-chave. Para isso, o advogado Marcos Vinicius Silva Cardoso, do escritório Cardoso & Zaniboni Advogados, afirma que é fundamental buscar orientação profissional para validar (ou não) a intenção de investimento. 

“Sempre faço a analogia: quando se vai comprar um carro, há um laudo cautelar para decidir se avança ou não na compra, por que não fazer o mesmo quando for investir?”, indaga. Ainda mais considerando-se o recorde de pessoas físicas cadastradas na B3.

O escritório fundado por Cardoso defende clientes que caíram no golpe de instituições que pareciam sérias e responsáveis. Na prática, não é isso que acontece. “Já trabalhei em casos de corretoras renomadas e conhecidas no mundo todo que realizaram golpes”, conta.

Segundo o advogado, o escritório recebe cerca de 20 contatos de pessoas por semana que possivelmente caíram em golpes de pirâmides financeiras.

“É um esquema criminoso que depende de captação constante de recursos de outras pessoas. Por isso, normalmente pagam bônus para o investidor que trouxer um amigo ou outro cliente”

advogado Marcos Vinicius Silva Cardoso

Raio-X

Há um perfil das vítimas e dos tipos de golpes. “Tem o exemplo de que investiu valores em uma empresa e parou de receber a suposta rentabilidade mensal. Outro exemplo é de quem investiu dinheiro na corretora X e não consegue sacar seu dinheiro; dias depois zeram toda conta da cliente”, ilustra Cardoso. 

Ele afirma que as pessoas em busca de lucros acima do mercado são as mais suscetíveis a caírem nesse esquema. Há ainda aquelas que estão mais vulneráveis, passando por algum momento pessoal difícil. “Pessoas em situação de separação, depressão, desemprego, doença familiar acabam buscando suposta estabilidade em falsas empresas”, diz. 

Já os valores das perdas causadas podem variar de acordo com o perfil do investidor e o total aplicado. “Já entramos com ação de perda de R$ 10 mil até R$ 3 milhões”, conta Patricia de Carvalho Zaniboni, que é sócia do escritório. 

Segundo ela, há vítimas que procuram um advogado especializado para tentar reaver a quantia de dinheiro que perdeu. “Tem também outro tipo de pessoa, que é a que teve vergonha de cair no golpe e pensou duas vezes antes de procurar ajuda profissional.” 

A próxima vítima

Isso acontece porque, em algum determinado momento, a empresa que se diz idônea simplesmente some com todos os valores aportados. Foi exatamente o que aconteceu com uma das vítimas que entrou em contato com o escritório Cardoso & Zaniboni Advogados.

O empresário, que preferiu não ter a identidade revelada, relata que aplicou o dinheiro em uma “investidora super conhecida”, que acreditava ser confiável. Pouco depois, começaram as movimentações na conta de investimentos. 

“Mesmo trocando mensagens com a instituição para saber, eles diziam ser normal e que em breve retornaria o valor”

vítima de pirâmide financeira

Porém, foi preciso entrar com uma ação judicial, representada por advogados especializados. No fim, o empresário obteve êxito. “Demonstramos que havia a constituição da pirâmide financeira. Dessa forma, pedimos a anulação do contrato celebrado entre as partes, restituição total do capital mais juros e correção”, explica Cardoso. 

Fique atento!

Por mais que seja tentador participar de um investimento que promete lucros altos em pouco tempo, é necessário redobrar a atenção para não cair na armadilha de uma pirâmide financeira. Ainda mais porque esses esquemas estão cada vez mais aperfeiçoados.

Muitas vezes, as pessoas nem entendem como funcionam e acabam fisgando a isca. Por isso, tantas vítimas caem. “É preciso atenção desde as grandes instituições até as menores e pouco conhecidas no mercado”, ressalta Cardoso. 

Para tanto, o investidor tem de procurar saber como vai investir, ficando atento aos ativos financeiros, e também onde, verificando o CNPJ da a instituição e se está credenciada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “É preciso buscar essa informação”, conclui.

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