Finanças
Por que a Oi decidiu agrupar suas ações e como vai funcionar? Veja em 5 pontos
Mudança ainda precisará ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para 18 de novembro.
A empresa de telecomunicações Oi (OIBR3; OIBR4) informou na segunda-feira (17) que seu conselho de administração aprovou uma proposta para fazer o grupamento de seus papéis, ou seja, a junção das ações ordinárias e preferenciais em lotes. Na prática, 50 ações da companhia vão passar a corresponder a um papel.
A mudança passará ainda por aprovação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o dia 18 de novembro. Mas o que muda para o investidor? O Investnews conversou com especialistas que explicaram em 5 pontos o que o grupamento representa na prática. Confira:
Por que a Oi vai fazer o grupamento de ações?
Em comunicado, a Oi informou que o objetivo da proposta é se adequar às regras da B3, que determinam que os papéis das empresas listadas sejam negociados acima de R$ 1 por unidade –isso porque a ação ordinária da empresa é vendida na casa dos R$ 0,30, enquanto a preferencial está em torno dos R$ 0,70 – o que é chamado pelo mercado de “penny stocks”.
O grupamento permitirá também que as ações da companhia voltem a atender a um dos critérios para que sejam elegíveis à composição de índices de mercado, como o próprio Ibovespa.
Quando o grupamento vai acontecer?
Angela Tosatto, analista da NuInvest, lembra que ainda não existe uma data fixada para a operação. Primeiramente, será necessária a aprovação da proposta de grupamento pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o dia 18 de novembro.
“Mas assim que sair o fato relevante (se houver a aprovação pela AGE), os investidores terão no mínimo 30 dias (chamado de período de livre ajuste) para readequar suas posições a múltiplos de 50”, diz Angela.
Exemplo: um investidor que tem 10 ações ordinárias precisará adquirir mais 40 papéis da mesma classe, para que quando o grupamento for concretizado, ele possa ter o equivalente a uma ação da Oi.
Vale lembrar que as ações só passarão de 50 para 1 no primeiro pregão após o encerramento do período chamado de “livre ajuste”.
E se o acionista não quiser comprar mais ações?
Caso o investidor opte por não adquirir novas ações, a própria Oi irá reagrupar os papéis restantes – chamados de frações de ações – em lotes que serão vendidos na B3 por meio de leilões.
“Os valores resultantes da venda dessas frações serão disponibilizados aos investidores na conta da corretora”, explica Angela.
Quanto deve custar uma ação da Oi após o grupamento?
Segundo a Guide Investimentos, ao considerar a cotação de fechamento do papel na segunda-feira (17), o novo preço da ação da Oi deverá ser de R$ 18.
A corretora informou em relatório que considerou a decisão neutra, porque o anúncio já era esperado, visto que a empresa já havia anunciado essa possibilidade, para se adequar às regras da B3.
A ação da Oi pode valorizar após o grupamento?
De acordo com a Guide, com o grupamento, o capital social da Oi será reduzido de 6,6 bilhões de ações, para 132 milhões. Mas será que com menos papéis disponíveis no mercado, a empresa de telefonia tende a se valorizar?
“Os fundamentos não mudaram para Oi e ainda existe o risco de reversão do processo da venda dos seus ativos (para Vivo, Tim e Claro), então não esperamos que a tendência mude para a Oi”, explicou Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos.
Angela, da NuInvest, que não recomenda a compra dos papéis no momento, também avalia que é pouco provável que as ações subam em razão do grupamento. “A empresa ainda precisa fazer o turnaround e sair da recuperação judicial além de muitos outros problemas de governança”, destacou.
Gracia reitera que se existirem muitos papéis fracionados no mercado, a operação pode contribuir, inclusive, com mais desvalorização. “Porque teriam muitos lotes a serem vendidos e isso impactaria negativamente o preço das ações”, afirmou. Vale lembrar que as ações ordinárias da Oi acumulam queda superior à 59% no ano, enquanto os papéis preferencias recuam mais de 43%.
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