Com a forte demanda por vacinas contra a covid-19 no mundo, as farmacêuticas vêm apresentando bons resultados.
No 1º trimestre deste ano, por exemplo, a Pfizer lucrou 45%; a Moderna saiu de um prejuízo de 124 milhões de dólares para um resultado positivo de 1,2 bilhão; e a Johnson & Johnson registrou um lucro de 7% em igual período na comparação anual.
Já no 2º trimestre, a Johnson & Johnson reportou um lucro bem maior que o trimestre anterior: 72%. E a Pfizer de 59%. A Moderna ainda não divulgou o seu balanço referente ao 2º trimestre.
Porém, quando analisado a receita arrecadada com a venda das vacinas percebe-se uma diferença gritante entre as fabricantes. Enquanto J&J registrou 164 milhões de dólares no 2º trimestre, a Pfizer registrou 9,2 bilhões de dólares. Um resultado 56 vezes maior que sua rival e 640,5% maior que o trimestre anterior.
Mas qual a justificativa para tamanha diferença?
Diferente dos seus pares, a Johnson vende seu imunizante a preço de custo. Porém, segundo o vice-presidente de negócios da multinacional, a companhia vai aumentar o preço das suas vacinas. Com isso, a Johnson pretende ter 2,5 bi de dólares em receita com seu imunizante em todo 2021. Ainda assim, o valor é pouco representativo dado que o setor de vacina representa apenas 2,6% da receita total. Mas por outro lado, mostra como a empresa é forte nos outros segmentos em que atua.
Desafios
Com as novas cepas do coronavírus e consequente mudança nos resultados da eficácia das vacinas para estas cepas, isso acaba impactando as expectativas do mercado quanto as ações das fabricantes. E conforme os testes começam a abranger mais das novas cepas, como a variante indiana, britânica, brasileira e sul africana, as companhias começam a ter outro teste de fogo.
No caso da Johnson, as suas ações vieram abaixo após uma notícia de que a eficácia da sua vacina é pouco eficaz contra a variante delta. E isso tende a atrapalhar a performance de precificação da empresa.
Segundo o analista da Easynvest By Nubank, Eduardo Perez, mesmo que a Johnson não crie a melhor vacina daqui pra frente, ela terá o apoio das receitas de outras frentes em que atua. Isso porque ela é pouco dependente do sucesso da vacina pra crescer e apresentar bons resultados. E isso a deixa mais atraente por justamente ter uma volatilidade menor que a Moderna, que em mais de dez anos de funcionamento não teve lançamentos revolucionários, com exceção para a vacina contra a covid-19.
No Cafeína desta quinta-feira, 05, Samy Dana e Dony De Nuccio falam sobre os BDRs da Johnson & Johnson (JNJB34), qual a expectativa de analistas para os papeis, além de como a maior farmacêutica do mundo se distingue das rivais.
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