Com o ciclo de baixa da Selic já em curso, especialistas seguem recomendando que o investidor de renda fixa siga atento aos movimentos da inflação antes de escolher como alocar seus recursos. Nesse cenário, entre 5 casas, as recomendações para a renda fixa em agosto de 2023 variam entre debêntures, CDBs, fundos e Tesouro IPCA+.
Neste mês, o BTG Pactual incluiu em sua carteira a debênture de Iguá Rio de Janeiro (IRJS14), com vencimento em 2043, apontando “prêmio de crédito elevado para uma concessão de infraestrutura estável e previsível”.
Outra inclusão foi o CRI do Original (23D0005401), com vencimento em 2030, sob a justificativa de “prêmio de crédito atrativo quando comparado a outras emissões AAA/AA+, considerando que o ativo possui fiança da Simpar”.
A lista do BTG também passou a incluir agora a debênture da Concessionária Rota das Bandeiras (CBAN12), com vencimento em 2034, com o relatório citando “retorno interessante considerando o estágio de maturidade do ativo e comparativo com outras emissões do setor de rodovias”.
O papel CBAN12, que tem vencimento em 2034, também está na lista de recomendações do time de renda fixa do Itaú BBA.
Já a recomendação do Santander continua sendo o Tesouro IPCA+ 2035. “Com base nesse contexto doméstico e internacional, a sugestão continua sendo de alocação no Tesouro IPCA+ principal, com um alongamento tático de duration do título recomendado, optando pelo vencimento de 2035”, diz em relatório.
Na mesma linha do mês anterior, os analistas afirmam que “se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco, podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado dos mesmos. Caso a percepção de risco piore e o dólar volte a se valorizar, a proteção contra a inflação do título recomendado exercerá sua função”.
Outras recomendações
Em relatório, a RB Investimentos comenta que, com o corte da Selic, mesmo que a taxa siga elevada e mantenha a renda fixa ainda atrativa, “os perfis moderados e arrojados verão uma mudança na postura de bancos e corretoras, sugerindo mais ativos com maior risco”.
Entre suas recomendações nessa modalidade de investimentos para pessoas com perfil conservador, a casa tem dois fundos de renda fixa e sete CDBs. A seleção resulta numa carteira composta por 55% de ativos com rendimento pós-fixado, 35% pré-fixado e 10% atrelado à inflação.
“Damos um peso grande para a diminuição de uma possível volatilidade nessa recomendação. Entendemos que o pensamento de preservar o patrimônio ganha tanto peso quanto a busca por rentabilidade nessa estratégia”
RB Investimentos
Já a analista de renda fixa da CM Capital, Bruna Naranjo, diz que “como a Selic tende a cair nos próximos meses, o ideal para o longo prazo é o ativo pré-fixado”. Já para pós-fixados, ela diz que “o ideal seria o curto prazo, já que acompanhará a Selic. O que também é válido para o longuíssimo prazo (7 anos), já que o mercado é incerto e, desta forma, você se protegerá da inflação”.
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