Destaques (José Falcão Castro):
- Nos EUA, não há mais esperança de um novo pacote de auxílio econômico para este ano, com a judicialização do processo eleitoral, e apesar da ótima notícia com a vacina da Pfizer, ainda não se sabe quando será disponibilizada para a população; com mais de 150 mil casos diários de covid, os mercados em NY reduziram o clima de euforia, atentos a uma realidade desafiadora e as bolsas sofreram realizações de lucros no pregão de ontem;
- Porém, hoje os mercados já amanheceram mais otimistas com a consolidação da vitória de Joe Biden no Arizona, elevando seu número de delegados a 290; além da China romper o silêncio e parabenizar Biden pela vitória na eleição americana; no pré-mercado de NY, o Dow Jones futuro avança 0,95% e a Nasdaq (+0,80%);
- Na Europa, o PIB da zona do euro cresceu 12,6% no terceiro trimestre e na base anual caiu 4,4% (ambos, em linha com as expectativas); a bolsa de Frankfurt sobe 0,60%, Londres (-0,03%), Paris (+0,85%);
- No Brasil, o principal dados é o IBC-Br de setembro (considerado uma prévia do PIB e divulgado pelo Banco Central); espera-se um crescimento de 1,0% na comparação mensal e queda de 1,30% na anual;
- Os riscos fiscais continuam a incomodar os investidores, à medida que 2021 se aproxima e o governo ainda não fechou orçamento para o ano, que está parado no Congresso;
- Em palestra para exportadores, a partir das 10h30, Guedes terá a chance de consertar o que disse nesta 5ªF, sobre manter o auxílio emergencial, sem explicar da onde vem os recursos.
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Análise Gráfica – IBOV (José Falcão Castro):
- Após seis pregões consecutivos de alta, o índice Bovespa foi vencido pela forte resistência dos 105.700 pontos, porém em um movimento normal de correção após a forte alta dos seis primeiros pregões do mês;
- No curto prazo, o IBOV continua em tendência de alta, porém precisa ganhar fôlego para romper a máxima do dia 29 de julho (105.700) e começar a consolidar uma possível tendência de alta no longo prazo, seguindo rumo aos 109.000;
- Suporte: 99.000 (média móvel de 21 períodos)
- Resistência: 105.700 (máxima do dia 29 de julho)
Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):
- Depois de uma leve queda de 0,25% na véspera, ontem foi dia de uma queda mais expressiva para o Ibovespa: -2,2%;
- A queda mais forte se deu após as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse que se houver uma segunda onda do coronavírus no Brasil como está ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos o governo precisará estender o estado de calamidade e prorrogar o auxílio emergencial;
- Lá fora, os EUA seguem registrando aumentos recordes em novos casos de coronavírus conforme ganha força a segunda onda da pandemia. As hospitalizações pela doença saltaram 10% em cinco dias na maior economia do mundo. A Europa também registra um forte aumento no número de casos, o que reforça expectativas de que as restrições à circulação continuarão;
- Dessa forma, o entusiasmo com a vacina foi deixado de lado nesta quinta-feira;
- Outro sintoma dessa perda de entusiasmo é o dólar voltando a subir por aqui. A moeda subiu +1,1% e fechou a R$ 5,48.
Cenário corporativo:
- Em meio aos muitos resultados trimestrais, chamam a atenção os números de Via Varejo (VVAR3, -5,7%) e JBS (JBSS3, -0,5%);
- Os resultados apresentados pela JBS foram sólidos e bastante positivos, com margens saudáveis em todos os segmentos, mesmo frente ao aumento de custos significativo no insumo (gado e grãos), com geração de caixa forte, possibilitando uma redução da alavancagem tanto em reais (de 2,56 vezes em 2019 para 1,83 vezes neste trimestre) como em dólares (2,39 vezes no 3T19 para 1,60 vezes neste tri);
- A leve queda de ações hoje não deve ser vista com preocupação já que o Ibovespa recuou de forma bem mais acentuada;
- O resultado da Via Varejo foi bom e superior às expectativas do mercado. Porém, não bastasse o movimento na véspera da divulgação (valorização de 5,6% contra queda de 0,2% no Ibovespa); o Mercado Livre anunciou cinco novos centros de distribuição no Brasil até 2021. Três dias atrás, a Amazon também já havia anunciado três novos centros no Brasil;
- Magazine Luiza e Via Varejo seguem crescendo muito forte, mas a concorrência não está parada. Enquanto o Mercado Livre ainda é o dono do maior market share do comércio eletrônico brasileiro, MeLi e Amazon vão aumentando cada vez mais sua capilaridade no Brasil.
Indicadores |
Brasil: |
IBC-Br (Banco Central) |
Balanço: Cogna, Ser Educacional (antes da abertura); Cosan, Sanepar, Cemig, Equatorial, dentre outros (após o fechamento) |
EUA: |
Confiança do Consumidor preliminar (Universidade de Michigan) |
Poços de petróleo em atividade (Baker Hughes) |
Inflação (IPP) |
Europa: |
Zona do Euro: PIB (segunda prévia) / Balança Comercial |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.