O Senado Federal aprovou, na tarde desta terça-feira (8), o nome do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. Foram 66 votos a favor e 5 contrários na votação em plenário, feita em caráter de urgência.
Mais cedo, Galípolo foi aprovado com unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Ele atualmente ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, e vai assumir a presidência em 2025, já que Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro e no cargo desde 2019, deixa o BC em 31 de dezembro.
Perfil
Formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Galípolo comandou o Banco Fator, especializado em parcerias público-privadas (PPP), entre 2017 e 2021, ano em que saiu da instituição. Uma década antes, chegou a comandar a Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, em 2007, na gestão do então governador José Serra (PSDB).
Na campanha presidencial de 2022 se aproximou da cúpula do PT e foi um dos principais assessores de Lula nas pautas econômicas. Também ajudou a reconstruir pontes com o mercado financeiro, que estavam frágeis desde o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016).
No terceiro mandato de Lula, assumiu a função de “número 2” do Ministério da Fazenda até assumir como diretor de Política Monetária do Banco Central em julho do ano passado.
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Sabatina sem embates
Em uma sabatina que transcorreu sem embates, Galípolo foi questionado mais de uma vez sobre riscos de o governo exercer influência sobre a condução da política monetária após sua posse, mas respondeu que nunca foi pressionado no cargo e recebeu liberdade total para atuar no BC.
“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro.”
gabriel galípolo, durante sabatina no senado federal
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