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Finanças

Tesouro Selic fica entre maiores altas de setembro; IPCA+ tem pior retorno

Desaceleração da inflação e abertura na curva de juros explicam distância entre o rendimento dos títulos públicos.

Títulos do Tesouro atrelados à Selic ficam entre os melhores investimentos do mês. Ao mesmo tempo, os títulos ligados à inflação aparecem entre os piores.

No gráfico a seguir, é possível conferir a rentabilidade acumulada no mês pelos principais índices de investimentos. Ima-S é o índice referente aos títulos do Tesouro atrelados à taxa básica de juros; Ima-B refere-se aos títulos atrelados à inflação; e Ima-B 5+ reúne os Títulos IPCA+ com prazo maior do que 5 anos.

Diferenças entre os títulos públicos

Gustavo Saula, analista de Investimentos do Grupo SWM, explica que o ritmo de queda da Selic afetou diretamente a precificação dos títulos públicos. “O mercado esperava que ocorreria em um ritmo elevado, hoje é precificada que ocorra em um ritmo mais lento”, diz.

Ao mesmo tempo, os últimos dados de inflação vieram em patamares controlados. Os dois fatores combinados contribuem para tornar a Selic e o CDI mais atrativos quando comparados ao rendimento atrelado à inflação.

Outro fator de peso no mês foram as preocupações sobre o cenário fiscal, tanto no Brasil como nos EUA. Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, explica que as incertezas aumentam a aversão a risco de forma geral e impactam negativamente a curva de juros. “Esse movimento também se reflete nos titulos IPCA”, diz.

Dólar na frente

Jorge explicou que a alta do dólar está relacionada aos altos juros nos EUA. “Enquanto houver dúvidas sobre a política monetária e fiscal por lá (dentre outros fatores) o dólar deve seguir se valorizando.”

Saula destacou também que, com a tendência de queda da Selic, diminuem a atratividade do país para fazer carry trade. Nesta estratégia, investidores pegam dinheiro com uma taxa de empréstimo baixa e emprestam a uma taxa mais alta. Com o corte dos juros brasileiros, a frequência dessa operação no Brasil diminui. A menor quantidade de capital estrangeiro contribui então para o aumento do dólar.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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