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Finanças

Sem dinheiro? Veja como congelar as prestações do seu imóvel ou carro

Consumidores poderão interromper por até dois meses o pagamento; medida pretende dar um alívio temporário a quem perdeu a renda e combater os efeitos do coronavírus na economia.

imóvel


Os consumidores poderão interromper por até dois meses o pagamento das prestações de imóveis e veículos financiados. A medida, determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), pretende dar um alívio temporário a quem perdeu a renda e combater os efeitos desastrosos do coronavírus na economia.

LEIA: Crédito prefixado é a melhor opção para financiar?

Os cinco maiores bancos do país – Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil – passaram a permitir que seus clientes pausem de pagar as parcelas temporariamente. O InvestNews procurou cada um deles para entender as condições oferecidas (veja abaixo).


Até segunda-feira (23), a Caixa já havia recebido mais de 100 mil pedidos de pausa nas prestações de crédito imobiliário.

Alivia, mas resolve?

Para o professor de negócios imobiliários da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental, os bancos se anteciparam a um possível colapso do sistema financeiro, já que era esperada uma explosão da inadimplência nos próximos dois ou três meses. 

Boa parte da população deixou de faturar com a interrupção de serviços e do comércio. Os mais prejudicados são os profissionais autônomos e informais. Estes últimos representam 41% da população ocupada no Brasil, o equivalente a 19,4 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

“O Brasil já tem 63 milhões de inadimplentes. Quem perdeu renda e precisa se alimentar não vai pagar agora a prestação do carro ou apartamento”, diz Ajzental. Todos os bancos, com exceção da Caixa, só vão adiar o pagamento de quem estiver com as contas em dia.

Segundo o professor da FGV, os bancos têm folga de sobra para suspender temporariamente as parcelas. O sistema financeiro foi inundado de recursos esta semana após o Banco Central reduzir a alíquota do compulsório (“colchão” de emergência obrigatório dos bancos), para colocar mais dinheiro em circulação e tentar baratear os juros. A injeção na economia é de R$ 68 bilhões.

O conjunto de medidas do BC para dar liquidez (recursos disponíveis) aos bancos chega a R$ 1 trilhão. Mas há temores de que este crédito não chegue a quem mais precisa, como aconteceu em 2008, quando os recursos ficaram parados nos bancos. Como mostrou o “Estadão”, a demanda por crédito disparou com o coronavírus no Brasil, à medida que varejistas, montadoras e indústrias correram para os bancos para fazer caixa.

Para Ajzental, os juros não caíram o bastante para dar vazão aos empréstimos e financiamentos. “Tem que haver crédito barato e abundante, porque não é uma situação normal. Estamos num cenário emergencial e as pessoas não vão gastar mais do que podem. Elas estão preocupadas com a sobrevivência”, diz.

Para o economista Luiz Roberto Troster, os bancos poderiam ter tomado medidas bem mais drásticas do que as anunciadas, diante do cenário caótico. “Prorrogar a dívida é muito bom, mas por enquanto é preciso bem mais do que isso”, afirma.

Troster defende que o Banco Central injetou recursos para melhorar a liquidez, mas o problema atual é diferente do gerado pela crise de 2008. “Deveriam acabar com o compulsório e com as tributações sobre o crédito. Se não mudar o sistema, nada vai mudar”.

Veja as condições oferecidas pelos bancos e como proceder:

Caixa Econômica

A Caixa permite que financiamentos com até duas parcelas em atraso sejam congelados. A interrupção não elimina a cobrança de juros no contrato. Segundo o banco, para pedir a suspensão das prestações do imóvel financiado é preciso acessar o aplicativo Habitação Caixa. Veja o passo a passo:

  • Faça o login
  • Acesse a aba Serviços
  • Clicar na opção “Solicitar Pausa Emergencial”
  • Leia as orientações e clique em “Próximo”
  • Informe o número do celular e autorize o envio de SMS
  • Clique em “Solicitar Pausa”

O banco também permite pausar, por até 60 dias, os empréstimos pessoais. Para pedir a suspensão, é possível entrar em contato pelo WhatsApp (0800-726 8068) ou pelo telesserviço  no número 3004-1105, para capitais, ou 0800-726 0505, para demais cidades, opção 7 da URA. O atendimento é de segunda a sexta feira, das 8h às 20h, exclusivamente para contratos com pessoas físicas. 

Itaú Unibanco

O cliente que possui um financiamento de imóvel ou veículo em dia pode postergar o pagamento da sua próxima parcela por 60 dias por meio das centrais de atendimento do banco. Durante este período, será mantida a mesma taxa de juros, sem a cobrança de multa. Segundo o banco, as parcelas não serão encavaladas: o cliente fica dois meses sem pagar e depois volta ao normal, com a adição dos meses que não foram pagos no final do financiamento. É possível fazer o pedido pelos canais digitais.

O banco também adotou a medida para outras linhas de crédito: 

  • Empréstimo pessoal e capital de giro: É possível postergar o vencimento da próxima parcela com a assinatura do Itaú Crédito Sob Medida. O cliente pode escolher uma nova data de vencimento por até 60 dias.
  • Empréstimo com garantia investimento: O cliente pode pagar antecipadamente as duas próximas parcelas utilizando a garantia (seus investimentos), sem alterar as condições das próximas parcelas.
  • Cheque especial e cartão de crédito: Tais produtos já contam com alternativas de parcelamento previstas na oferta de cada item, cujas condições podem ser conferidas nos aplicativos, no site e nas centrais de atendimento do banco.

Bradesco

Segundo o banco, é possível pedir a prorrogação por 60 dias das dívidas de operações com o pagamento em dia. “Nossas agências estão orientadas e basta o cliente procurar seu gerente que ele dará todas as informações necessárias para fazer esta prorrogação”, informou o Bradesco por nota, sem especificar quais linhas. O banco não detalhou se é possível fazer o pedido pelos canais digitais.

Banco do Brasil (pessoas jurídicas)

O BB informou que começou nesta segunda (23) a prorrogar as próximas duas parcelas das operações de crédito para pessoas jurídicas, para garantir a liquidez financeira das micro e pequenas empresas para “garantir o pagamento de funcionários e fornecedores”. Segundo o banco, as prestações serão migradas para o final do cronograma de pagamento de suas dívidas. 

O banco vai diluir os juros ao longo do resto dos pagamentos. É possível fazer o pedido por agências do BB, mas o banco recomenda utilizar os canais digitais.

Santander

O Santander Brasil lançou um site para orientar sobre a prorrogação de dívidas por até 60 dias. Os juros serão diluídos nas parcelas seguintes, sem cobrança por atraso. Para ter direito ao adiamento, é preciso estar em dia com as parcelas. Os pedidos devem ser feitos apenas por telefone, nos números 4004-3535 (capitais e regiões metropolitanas, 0800 702 3535 (demais localidades) e 0800 723 5007 (pessoas com deficiência auditiva e de fala).

Veja as condições de cada linha:

Crédito Imobiliário

  • Prorrogação por 60 dias. Não há alteração da data de vencimento do contrato apenas será postergado o vencimento o da próxima parcela.
  • A taxa de juros do contrato será mantida e não haverá cobrança de multa.
  • Serão pagos apenas os seguros obrigatórios e a tarifa de serviços administrativos (TSA), quando aplicáveis.

Crédito Pessoal, Crédito Unificado, ou Reorganização

  • Prorrogação por 60 dias
  • Novos valores de parcela e data de vencimento em função da prorrogação da próxima parcela. O valor da taxa permanece o mesmo.  

Financiamento de Bens: Auto, Solar, Graduação e outros

  • A taxa de juros do contrato será mantida e não haverá cobrança de multa.
  • Haverá novos valores de parcela e data de vencimento, em função da prorrogação da próxima parcela.

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