*ARTIGO
Recentemente, uma nova criptomoeda chamada WorldCoin (WLD), desenvolvida pelo criador do ChatGPT, ganhou destaque no mercado. No entanto, poucos dias após seu lançamento, sua reputação já foi abalada devido às acusações feitas por autoridades do Reino Unido.
O projeto já leu a íris de 2 milhões de pessoas em pelo menos 20 países, sendo que boa parte da atual base de dados da empresa pertence a pessoas que vivem em regiões com grande representatividade mundial, como Reino Unido, Japão e Índia, o que gerou polêmica e preocupações com a privacidade dos usuários.
“Observamos o lançamento da WorldCoin no Reino Unido e faremos novas investigações”, disse um porta-voz do Gabinete do Comissário de Informação à Reuters.
Nesse cenário, o órgão britânico investiga se o processo de escaneamento de íris pode violar a Regulamentação Geral de Proteção de Dados do Reino Unido (GDPR), que proíbe o processamento de dados pessoais sem consentimento.
Piorando a situação, a autoridade britânica também relatou preocupações com a política de privacidade da Worldcoin, já que a empresa não deixa suficientemente claro como utilizará as informações coletadas.
Lançada na última segunda-feira (24), a WorldCoin causou frenesi em primeira instância, valorizando 110% em seu primeiro dia de negociação. Contudo, depois do balde de água fria do Reino Unido, a moeda já despencou 37% desde seu preço máximo de US$ 3,58.
Por isso, à medida que o criptomercado evolui, é essencial estar ciente dos riscos envolvidos antes de se deixar levar por um hype.
O que é a WorldCoin e como funciona?
A WorldCoin é uma criptomoeda criada por Sam Altman, fundador do ChatGPT e da OpenAI, em parceria com outros empresários do setor de tecnologia, e o projeto visa criar uma nova “identidade e rede financeira controlada por todos”.
Para isso, a Worldcoin usa um pequeno dispositivo chamado “orb” para escanear — presencialmente — os globos oculares das pessoas com o objetivo de gerar uma identidade digital única.
Essa identidade digital única, chamada World ID, permite, entre outras coisas, que usuários escaneados provem que são humanos, e não uma inteligência artificial.
Aqueles que permitem a varredura de suas íris ganham moedas WLD como “recompensa”, token que dará o direito aos seus detentores de votar em decisões futuras referentes ao projeto.
A meta de Altman é ter esse registro biométrico de toda a população, ressaltando a escala mundial da iniciativa. Para isso, a moeda está realizando exames de globos oculares em vários países.
O perigo que poucos enxergam
Ao considerar o uso do escaneamento de íris, é importante pesar os riscos e benefícios. Pode parecer inofensivo, mas a íris é um dos maiores “selos de autenticidade” que o ser humano pode ter. Ou seja, os dados coletados pela WorldCoin podem ser usados para vários males.
A título de exemplo, com acesso a eles, empresas, governos ou até mesmo criminosos podem rastrear os movimentos de uma pessoa. Piorando o cenário, se em mãos maliciosas, tem potencial de roubar a identidade de um cidadão.
É preciso ter cautela e usar a boa e velha racionalidade. A investigação da autoridade britânica é um lembrete de que novos e “inovadores projetos de criptomoedas” são, na verdade, empresas comuns que podem estar usando tokens para ultrapassar os limites éticos.
Só o tempo dirá o que o futuro reserva para a Worldcoin, mas desde já, é fundamental aprender com essas situações para tomar decisões que não gerem arrependimentos no futuro.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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