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3 fatos para hoje: ADR da Natura dispara; Orçamento secreto e Credit Suisse

Recibo da ação da varejista listada em NY avançou quase 5% após cinformar planos de IPO da Aesop.

1 – ADRs da Natura&Co disparam em NY após intenção de IPO da Aesop

Os ADRs (American Depositary Receipts), recibos de ações listados em Nova York, da varejista de cosmésticos Natura&Co (NTCO3), fecharam em alta de quase 5% após a notícia de que seu conselho de administração autorizou estudos para uma possível oferta inicial de ações (IPO) da Aesop, que poderia ser precedida de uma cisão, com listagem nos Estados Unidos.

O anúncio ocorreu cerca de um mês após uma disparada das ações da Natura na bolsa, em meio a rumores envolvendo uma reestruturação de unidades do conglomerado de cosméticos. Na época, a companhia havia negado algum estudo para cisão da Aesop ou venda da The Body Shop.

O movimento acontece meses após Fábio Barbosa, ex-presidente do Santander Brasil e do Grupo Abril, ser anunciado como novo presidente-executivo da companhia. Desde então, a Natura&Co vem falando em reorganizar suas operações para dar mais autonomia às unidades de negócio, deixar sua estrutura mais leve e potencialmente sair de mercados menos rentáveis.

Além da marca de produtos para pele e cabelo australiana Aesop, a Natura também detém a marca inglesa de cosméticos e perfumes The Body Shop e a Avon.

2 – Orçamento secreto pode ser blindado

Líderes do Centrão querem usar o Plano Plurianual (PPA), proposta que define os programas prioritários do governo federal durante quatro anos, para validar o Orçamento secreto e blindar essas emendas contra cortes durante o próximo mandato presidencial. A articulação faz parte da estratégia para evitar que as emendas sejam derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No desenho feito por líderes da Câmara e do Senado, o PPA seria usado para carimbar programas de interesse dos deputados e dos senadores. Essas ações, por sua vez, seriam irrigadas com dinheiro do orçamento secreto. Com a manobra, parte dos programas prioritários só seria executada com as emendas secretas, amarrando o projeto às verbas de maior interesse do Congresso.

O orçamento secreto consiste no pagamento sem transparência de emendas carimbadas pelo relator-geral do Orçamento para redutos eleitorais de deputados e senadores. O governo libera esses recursos em troca de apoio político no Legislativo.

Para 2023, estão reservados R$ 19,4 bilhões para o orçamento secreto, que aumenta o domínio do Legislativo sobre os investimentos federais e a manutenção dos órgãos públicos. O Congresso age para manter o controle independentemente do resultado das eleições.

O PPA é enviado pelo presidente da República sempre no primeiro ano de mandato e define os programas que deverão ter prioridade nos quatro anos seguintes, como saneamento básico e moradia. O Congresso tem duas opções para mexer no PPA: alterar o projeto em vigor (2020-2023), que depende de proposta inicial do presidente ao Congresso, ou alterar o próximo plano, que vai valer para os anos de 2024 a 2027.

3 – Credit Suisse avalia venda de negócio de gestão nos EUA

O Credit Suisse avalia a venda de suas operações de gestão de recursos nos EUA e está perto de assegurar financiamento para outros negócios, em uma ampla reorganização do banco.

O credor suíço recentemente iniciou um processo de venda das operações americanas da Credit Suisse Asset Management, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Nenhuma decisão final foi tomada e o Credit Suisse pode optar por manter a unidade, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao discutirem deliberações internas.

Enquanto isso, Abu Dhabi e Arábia Saudita avaliam se devem colocar dinheiro na unidade de banco de investimento do Credit Suisse e em outros negócios para aproveitar valores deprimidos, disseram outras pessoas. As deliberações estão em estágio inicial e não está claro se levarão a ofertas firmes.

O Credit Suisse corre para obter financiamento para uma reestruturação que provavelmente incluirá grandes cortes de empregos e uma reformulação significativa dos negócios. A unidade de banco de investimento está no centro dos planos e pode até ser dividida. 

Embora o Credit Suisse tenha feito preparativos para recorrer aos acionistas se necessário, prefere levantar capital por meio de venda de ativos e atrair investidores externos.

“Dissemos que atualizaremos o progresso de nossa revisão abrangente de estratégia quando anunciarmos nossos resultados do terceiro trimestre”, disse o Credit Suisse em comunicado. “Seria prematuro comentar sobre quaisquer possíveis desdobramentos antes disso.”

A venda das operações de gestão nos EUA pode atrair empresas de private equity ou outros gestores, disseram pessoas familiarizadas com o processo. O banco disse que as Américas respondem por 146 bilhões de francos suíços (US$ 147 bilhões) de seus ativos sob gestão.

A unidade nos EUA é um dos dois grandes negócios que o banco pretende vender. O Credit Suisse também está em busca de investidores ou venda de nomes como Mizuho e Apollo, segundo reportagem da Bloomberg.

O banco também procura trazer um investidor externo para injetar dinheiro em eventuais spinoffs. A separação da unidade de M&A e subscrição quebraria a problemática divisão de banco de investimento em três partes.

Abu Dhabi e Arábia Saudita avaliam investimentos por meio de fundos soberanos, como o Mubadala e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Um acordo também pode vir por meio de outros veículos nos quais cada país possui participações significativas, disseram as pessoas. Mas os potenciais investidores estão cautelosos com o risco de perdas futuras ou questões legais, disseram.

Representantes de Abu Dhabi e o do fundo saudita não estavam imediatamente disponíveis para comentar. O Mubadala não quis comentar.

*Com Bloomberg, Reuters e Estadão Conteúdo

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