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5 fatos para hoje: Regime de Recuperação Fiscal do Rio e adoção do 5G

O Rio é o primeiro estado brasileiro a aderir ao novo RRF, que terá duração de 10 anos.

5G

1- Seca e commodities puxam inflação

A crise hídrica que já provoca aumento da tarifa de energia elétrica e a escalada de preços das commodities, especialmente as metálicas, elevaram as previsões de inflação para este ano. Consultorias projetam uma alta que beira 6% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Por oito semanas consecutivas, as expectativas do mercado financeiro para a inflação não pararam de subir, segundo o Boletim Focus do Banco Central (BC). Na última semana, a mediana das projeções atingiu 5,31% e furou o teto da meta para este ano, de 5,25%. A aceleração põe mais pressão sobre o BC, para que continue elevando os juros, a fim de conter a alta de preços.

“Com a inflação nesse patamar previsto de quase 6% este ano, a normalização da taxa nominal de juros precisa ser rápida”, alerta o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale. Ele acabou de revisar de 5,2% para 5,8% a previsão do IPCA para este ano. Na sua avaliação, o Banco Central provavelmente terá que elevar a Selic para 6,5% no segundo semestre, podendo ir a 7% ou mais. Hoje a taxa é de 3,5% ao ano.

O que está em jogo neste momento, segundo Vale, é a expectativa da inflação para 2022. Isso por causa de fatores adversos que elevaram a projeção do IPCA acima do inicialmente previsto para 2021, da recuperação mais acelerada da atividade e da turbulência do período pré-eleitoral, que deve ter impacto na taxa de câmbio.

“Subir juros é a única opção que o BC tem neste momento, já que a sua função é mirar o centro da meta de inflação (de 3,75%)”, afirma a economista Maria Andréia Parente Lameiras, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No entanto, ela pondera que a efetividade da alta dos juros para tirar o fôlego do câmbio e segurar a inflação neste momento não é total.

Isso porque hoje as pressões inflacionárias se acumulam nos preços monitorados, como energia elétrica, medicamentos, planos de saúde, gasolina, por exemplo. “Com exceção da gasolina, que tem influência direta do dólar, os juros impactam pouco a tarifa de energia que depende das chuvas. Além disso, os reajustes dos remédios e dos planos de saúde já ocorreram.”

Foi exatamente o aumento nas projeções dos preços monitorados, de serviços e produtos que só podem ser alterados com aval do governo, que fez o Ipea revisar de 4,6% para 5,3% a projeção para o IPCA deste ano. Em março, os economistas da instituição projetavam um avanço de 6,4% para os preços monitorados. Mas, após a mudança de bandeira tarifária da energia, dos reajustes de remédios, planos de saúde a da gasolina, a taxa subiu para 8,4%.

2- Biden faz nova reunião sobre acordo bipartidário para infraestrutura

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e a senadora republicana Shelley Moore Capito, principal negociadora da oposição em infraestrutura, tem nova reunião marcada nesta segunda-feira (7) para tentar negociar um acordo bipartidário para uma legislação que atenda ao setor. Biden rejeitou na sexta-feira a oferta dos republicanos, proposta por Capito, de adicionar cerca de US$ 50 bilhões ao seu plano de infraestrutura de US$ 928 bilhões.

De acordo com o secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a última oferta “não atendeu aos objetivos de fazer crescer a economia, enfrentar a crise climática e criar novos empregos”. Biden, no entanto, continuará se encontrando com senadores de ambos os partidos tendo em vista um “pacote mais substancial”, segundo relatos da CNBC.

Biden, que reduziu o tamanho de seu pacote de infraestrutura para US$ 1,7 trilhão, disse a Capito que queria pelo menos US$ 1 trilhão em novos gastos em relação aos níveis atuais. O plano republicano, porém, inclui apenas cerca de US$ 250 bilhões sobre os gastos atuais. “É espantoso ver que os republicanos não avançaram em pontos críticos da proposta”, disse a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, à CNN neste domingo.

3- Estado do Rio entra oficialmente no novo Regime de Recuperação Fiscal

A Secretaria do Tesouro Nacional, órgão do Ministério da Economia, aceitou na sexta-feira (4) o pedido apresentado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro para aderir ao novo Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

A partir de agora, o Rio terá até seis meses para apresentar um Plano de Recuperação Fiscal, com uma série de medidas estruturantes. O plano terá a duração de dez anos. O Rio é o primeiro Estado brasileiro a aderir ao novo RRF.

De imediato, nos primeiros 12 meses, o Estado deixará de pagar as dívidas com a União e garantidas pelo governo federal. Nos nove anos seguintes, as parcelas serão retomadas gradativamente até o retorno do valor integral, ao fim do plano.

O período total para o pagamento da dívida será de 30 anos, ou seja, até 2051. Segundo a secretaria estadual de Fazenda, o valor que o Estado terá que pagar de dívida nos próximos três anos vai cair de R$ 44 bilhões para R$ 9 bilhões, na comparação entre o antigo e o novo Regime de Recuperação Fiscal.

A dívida do Estado do Rio é de R$ 172 bilhões, e a arrecadação bruta em 2020 foi de R$ 86,52 bilhões. A receita corrente líquida de 2020 foi de R$ 59,49 bilhões. A previsão da arrecadação bruta para 2021 é de R$ 87,64 bilhões, e até abril foram arrecadados R$ 31,57 bilhões. A estimativa de déficit financeiro primário para 2021 é de R$ 3 bilhões.

Além de cumprir as exigências do novo RRF, o governo do Rio pretende desenvolver soluções sustentáveis a longo prazo. As reformas administrativa e da previdência estão entre as previstas no novo Regime. O Estado já fez uma mudança previdenciária ao criar, em 2013, a RJPrev, fundação de previdência complementar. Além disso, em 2017 a alíquota de contribuição foi reajustada de 11% para 14%. Entre as medidas em análise pela equipe econômica para esse setor estão a implantação da idade mínima e do tempo de contribuição para a aposentadoria.

4- ‘Países que demoram a adotar o 5G começam a perder competitividade’

Lembrada pelos celulares “tijolões e indestrutíveis” da década de 2000, a finlandesa Nokia, que vendeu sua divisão de smartphones e hoje recebe apenas os royalties pela cessão da marca, está agora concentrada na implementação do 5G ao redor do mundo e, em breve, também no Brasil.

O fornecimento de redes e antenas para o 5G é o principal negócio da Nokia. Com 165 contratos já fechados, ela disputa a liderança global do mercado de equipamentos com a sueca Ericsson, que tem 139, e a chinesa Huawei, com 92 – no caso da Huawei, o dado é do fim de 2019, pois a empresa deixou de atualizar o número depois que sofreu restrições em diversos países, como Estados Unidos e Reino Unido.

Em paralelo, a Nokia tem o desafio de aumentar a eficiência. Em março, a matriz determinou que suas filiais cortem entre 5 mil e 10 mil postos de trabalho até 2023, para economizar até 700 milhões de euros.

Por aqui, a determinação terá pouco impacto, pois as operações já são enxutas, afirma o executivo-chefe da empresa no Brasil, Ailton Santos, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A Nokia tem escritórios em São Paulo, Rio e Curitiba, além de hubs em Sorocaba e Barueri (SP) para produção e distribuição de equipamentos. Emprega 3 mil pessoas direta e indiretamente.

O executivo projeta uma injeção de US$ 1,5 trilhão à economia brasileira em 15 anos a partir do 5G. Embora não haja uma data para o leilão, o País continua dentro de um prazo sadio para ativar o 5G, na sua avaliação, mas não pode descumprir o edital da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

5- Agronegócio puxa emprego em obras civis e no comércio

Os investimentos no agronegócio funcionam como alavanca na geração de emprego e renda em cidades do interior. Municípios nos quais a agricultura e a pecuária pesam na economia local o dobro da média nacional geraram em abril deste ano um volume de vagas formais duas vezes maior do que as demais cidades na comparação com o mesmo mês de 2020, mostra um estudo da assessoria econômica do Bradesco.

As vagas formais abertas não foram necessariamente no setor agrícola, mas no comércio e na construção civil, principalmente. “O investimento no setor acaba multiplicando esses recursos e gerando mais renda e emprego no interior”, afirma economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato.

No município de Bebedouro (SP), por exemplo, há hoje cerca de mil pessoas trabalhando na construção da fábrica de pectina da Cargill. A obra começou em 2020, e a unidade, inicialmente orçada em R$ 550 milhões, entra em operação em meados do ano. Cerca de 50% da cifra faz parte do pacote de quase R$ 1 bilhão que a companhia investiu no País em 2020.

Com mais da metade da produção voltada para exportação, a nova fábrica poderia ser instalada na Flórida (EUA) ou no México. Mas a multinacional escolheu o Brasil por causa da disponibilidade de matéria-prima, além de oferta de mão de obra e condições de infraestrutura, conta Laerte Moraes, diretor. A pectina, espessante usado pela indústria de alimentos, é extraída da casca da laranja, e Bebedouro é um polo de citricultura. “Não tenho dúvida de que a cidade toda se reconfigura quando ocorre um investimento desse porte, com novas demandas para o comércio.” A Coamo, de Campo Mourão (PR), maior cooperativa singular da América Latina, com receita de R$ 20 bilhões, distribuiu em 2020 R$ 504 milhões em resultados a 30 mil cooperados. Esse dinheiro irrigou as economias das 71 cidades espalhadas entre Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, onde a cooperativa atua, conta o presidente, Airton Galinari.

Mas o grosso da injeção de recursos da cooperativa nas cidades do interior ocorre por meio de investimentos. Neste ano, a Coamo começa a construção de uma fábrica de ração em Campo Mourão, onde serão investidos R$ 81 milhões. Essa cifra faz parte de um pacote de R$ 425 milhões previstos para 2021, que serão aplicados também na modernização de duas indústrias de óleo no Paraná e duas novas unidades da cooperativa no Mato Grosso do Sul. Em 2020, foram aplicados R$ 414 milhões. Metade foi para a construção do terminal no Porto de Paranaguá (PR).

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(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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