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‘Inteligência artificial não vê gênero nem idade’, diz fundadora da Gupy

Ao InvestNews, Mariana Dias explica que tecnologia permite uma seleção de candidatos mais assertiva, sem viés inconsciente.

O uso de inteligência artificial na escolha de candidatos a um emprego já é realidade. Mariana Dias, cofundadora e CEO da Gupy, empresa de tecnologia para recursos humanos pioneira no uso da tecnologia em recrutamento e seleção, explica que a tecnologia permite um processo mais assertivo, sem “vieses inconscientes” – que são pensamentos tendenciosos sobre determinado assunto ou grupo social e que podem levar a uma decisão prejudicial.

“A inteligência artificial não analisa gênero, nem idade, nem diversas informações que nós, humanos, analisamos. Ela permite fazer um processo mais assertivo sem nenhum tipo de viés inconsciente”, disse a executiva em entrevista ao Investnews durante o Innovation Lab, evento promovido pelo Experience Club na capital paulista na semana passada.

Mariana explicou que diversos estudos mostram que, durante uma entrevista ou análise de um currículo em papel, em menos de ­­5 segundos, nós, humanos, somos capazes de ter vários vieses inconscientes. “EJá faço vários pré-conceitos se aquela pessoa é boa ou não. O restante da entrevista eu gasto tentando contradizer esses meus bias [vieses]”, diz a especialista.

Além disso, o uso da tecnologia ajuda a agilizar o processo de recrutamento, especialmente para as companhias que têm um número elevado de contratações.

“Hoje, infelizmente, em média, para cada vaga aberta, existem 30 mil inscritos. Imagine receber 30 mil currículos? Como analisar tudo isso? Não seria possível. A tecnologia permite que em segundos seja possível analisar tudo e ver quem tem mais requisitos para a vaga. Assim, é possível investir o tempo do recrutador de forma mais humana e assertiva com quem mais têm a ver com a vaga”.

Mariana avalia que, há sete anos, quando a inteligência artificial começou a ganhar mais espaço nos processos de recrutamento e seleção, havia muito medo por parte das áreas de RH de que a tecnologia pudesse substituir os profissionais, cenário que tem se modificado ao longo dos anos, já que os gestores perceberam que o olho no olho sempre será necessário em outras etapas da seleção.

“Hoje a gente vê muito menos resistência. As empresas estão entendendo que se eu não fizer a seleção por meio de tecnologia, vou gastar um tempo operacional enorme, e como vou dar um feedback para todo mundo? Pegar o e-mail de cada currículo e escrever? Agora, em segundos, você consegue garantir e dar esse tipo de feeedback. O tempo pode ser usado de forma mais estratégica”, afirmou.

Como funciona na prática?

A Gupy desenvolveu sua própria inteligência artificial, chamada Gaia, que analisa o currículo das pessoas candidatas e ordena uma lista de acordo com a afinidade com a vaga.

O sistema faz a aplicação online de testes de habilidades e determina quais são as perguntas mais adequadas para que se conheça mais a fundo cada candidato.

Segundo a empresa, a análise é feita com base em análises de mais de 100 características que são extraídas do candidato, da vaga e da empresa.

Dessa maneira, há a garantia de que somente os profissionais mais indicados para determinado cargo cheguem ao final do processo, que é a entrevista pessoal.

Além de colaborar para encontrar candidatos com mais afinidade, a ferramenta contribui para reduzir o tempo de contratação em até 50%.

Proximidade com talentos

A Gupy lançou em julho o CRM de Recrutamento, uma espécie de canal de comunicação que as corporações podem estabelecer com talentos. De acordo com Mariana, essa é uma das inovações colocadas em prática após a empresa receber, em maio deste ano, um aporte de R$ 500 milhões dos fundos SoftBank e Riverwood.

A ferramenta possibilita a criação de melhores jornadas para candidatos e potencializar ações da marca empregadora com o objetivo de despertar o desejo de talentos por trabalhar na empresa, o que pode refletir em uma redução no tempo de preenchimento de uma vaga.

“O futuro do trabalho diz que antes de abrir uma vaga, eu preciso te conquistar. Hoje o recrutamento começa quando abre uma vaga, mas não deveria, eu deveria estar conquistando as pessoas boas, que tem a ver com a minha empresa, antes de abrir a vaga. Essa ferramenta ajuda a nutrir essas pessoas, a nichar”.

Segundo a Gupy, por meio deste novo canal de comunicação, as empresas que usam a ferramenta podem aquecer o Banco de Talentos com comunicações personalizadas por e-mail para possíveis candidatos, gerenciar e operacionalizar as comunicações com a sua base de talentos em uma única plataforma, além de ter acesso às métricas de disparo de e-mails para acompanhar a performance das comunicações.

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