Com a PEC da Transição promulgada no Congresso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (22) os nomes de novos escolhidos para comandar seus ministérios. Ainda faltam outros 16 ministros a serem anunciados até a posse.
No fim da transição, foram confirmados 37 ministérios na nova gestão – 60% a mais que no atual governo de Jair Bolsonaro. Lula destacou, contudo, em sua fala nesta manhã, que apesar do aumento no número de pastas, os gastos não serão elevados.
Em discurso, Lula agradeceu a líderes políticos do Congresso e partidos pela aprovação da PEC da Transição na véspera – que lhe garantiu o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família em 2023. “É a primeira vez que um presidente eleito da República começa a governar antes da posse”, afirmou.
Ele acrescentou que um governo “tem que ser cobrado todo santo dia”. “Não deixem de cobrar. Não precisamos de puxa-saco, um governo não precisa de tapinha nas costas”.
Relatório final da transição
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, entregou na ocasião o relatório final da transição de governo. Ao falar sobre o atual cenário para a nova gestão, ele criticou a falta de recursos para algumas áreas e mencionou “desmonte do Estado”.
Ele também falou sobre o “colapso nas instituições de saúde e universidades” e anunciou que parte dos recursos da PEC recém-aprovada serão destinados à saúde.
Segundo informação do “Estadão”, Alckmin será também ministro de Indústria e Comércio. De acordo com o jornal, ele teria com transito entre empresários do setor produtivo e atuaria como um “facilitador de diálogo).
Novos ministros de Lula
Veja a seguir os principais nomes anunciados nesta quinta-feira (22):
Indústria e Comércio
Geraldo Alckmin, futuro vice-presidente da República, será também ministro de Indústria e Comércio. De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, ele teria com transito entre empresários do setor produtivo e atuaria como um “facilitador de diálogo.
Relações Institucionais
Alexandre Padilha, deputado federal reeleito pelo estado de São Paulo e foi ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff.
Desenvolvimento Social
Wellington Dias, nomeado ao comando do órgão que vai chefiar a distribuição de programas sociais como o Bolsa Família.
Relações exteriores
Mauro Vieira
Secretaria-Geral da Presidência
Márcio Macêdo
Advogado-Geral da União
Jorge Messias
Educação
Camilo Santana
Portos e Aeroportos
Márcio França
Saúde
Nísia Trindade foi indicada para a pasta da Saude. Ela é socióloga e atual presidente da Fiocruz.
Gestão e inovação
Esther Dewch, economista e professora da UFRJ, ex-secretária de Orçamento Federal na gestão de Dilma Rousseff.
Mulheres
Cida Gonçalves, especialista em gênero e violência contra mulher
Igualdade Racial
Anielle Franco, ativista e irmã da vereadora carioca assassinada Marielle Franco.
Nomes anunciados anteriormente
Veja nomes já anunciados anteriormente para ministérios e cargos em órgãos públicos do governo Lula:
Fazenda
O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi nomeado para assumir o Ministério da Fazenda.
A pasta será criada a partir do desmembramento do atual Ministério da Economia – que também dará origem às pastas de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e de Planejamento, Orçamento e Gestão.
BNDES
Aloizio Mercadante (PT) foi indicado por Lula ao comando do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para viabilizar sua nomeação, foi aprovada no Congresso mudança na Lei das Estatais – reduzindo para 30 dias o prazo de 36 meses de quarentena para pessoas que tenham atuado na direção de partido político ou na organização de campanha eleitoral.
Trabalho
Lula escolheu o deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP) para comandar o Ministério do Trabalho no novo governo, a partir de janeiro de 2023. Marinho foi ministro do Trabalho e depois ministro da Previdência Social nos dois primeiros mandatos de Lula, entre 2005 e 2008.
Casa Civil
Rui Costa (PT), governador da Bahia, assumirá a Casa Civil. Este é o segundo mandato de Costa no estado baiano; ele pode ficar à frente de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que Lula disse na campanha eleitoral que pretende reeditar.
Cultura
Margareth Menezes foi nomeada para chefiar a pasta da Cultura. Ela é cantora, compositora e atriz, dois troféus Caymmi.
Justiça e Segurança Pública
Flávio Dino (PSB), senador eleito, ficará à frente do Ministério da Justiça. Ele foi governador do Maranhão por dois mandatos, juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur.
Defesa
José Múcio Monteiro, ex-ministro do TCU, assumirá a Defesa. Ele foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, no segundo mandato de Lula.
Relações Exteriores
Mauro Vieira, embaixador e ex-ministro foi indicado ao ministério de Relações Exteriores. Ele é embaixador do Brasil na Croácia e comandou o Itamaraty no governo Dilma.
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