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Fundos de Investimento em infraestrutura ou FI-Infra: o que são e como investir

Modalidade começou a ser negociada em 2020, após elaboração e aprovação de sua legislação própria.

Divulgação/Ministério da Infraestrutura
Divulgação/Ministério da Infraestrutura

O que é FI-Infra?

Os fundos de investimento de infraestrutura são fundos de renda fixa que precisam investir pelo menos 85% do seu patrimônio em títulos de crédito privado isentos de Imposto de Renda, de acordo com a lei 12.431/11 de projetos e emissões incentivadas, justamente para incentivar a criação e investimentos em projetos de infraestrutura no país.

Como estes fundos são constituídos como “condomínios fechados”, suas cotas podem ser compradas pelos investidores na bolsa de valores normalmente com tickers seguidos do número 11.

Essa modalidade de fundos começou a ser negociada em 2020, após elaboração e aprovação de sua legislação própria através da instrução CVM 606.

Como funcionam os fundos de infraestrutura

A maneira de comprar cotas de fundos de investimento de infraestrutura é bem parecida com a compra de ações, já que esse tipo de fundo tem suas cotas negociadas na bolsa de valores brasileira, a B3 (antiga BM&F Bovespa).

Por isso, é possível adquirir as cotas durante as chamadas ofertas públicas ou negociando com outros investidores no chamado mercado secundário – essa operação pode ser feita por plataformas de negociação online disponibilizadas por corretoras de valores (home broker).

Vantagens e desvantagens do FI-Infra

Vantagens

Os valores recebidos pelo fundo das aplicações nas debêntures incentivadas em sua carteira podem ser repassados para os cotistas em forma de rendimentos periódicos, gerando um fluxo de renda passiva parecido com os dividendos dos fundos imobiliários (FIIs).

Os ganhos auferidos pelos investidores com os rendimentos pagos e o ganho de capital, situação em que há lucro vendendo as cotas a um preço maior do que compra, são totalmente isentos de Imposto de Renda para o investidor pessoa-física, diferente dos fundos imobiliários que são tributados no ganho de capital.

Diversificação

Outra vantagem é a diversificação de uma carteira de crédito privado sendo gerida por uma equipe profissional com valores relativamente mais acessíveis do que através do investimento direto em títulos de crédito privado.

Além disso, o prazo de liquidação de resgates é de D+2, ou seja, os valores das vendas são disponibilizados para transferência 2 dias úteis após a data da venda das cotas, provendo uma liquidez maior do que nos investimentos diretos em debêntures.

Liquidez

A liquidez talvez seja um dos maiores atrativos dos FI-Infra. Diferentemente das debêntures, cuja venda antes do prazo de vencimento só acontece ao encontrar outro investidor interessado no título, no caso dos FI-Infra, a facilidade de negociação via bolsa faz desse tipo de aplicação uma boa opção para quem precisa resgatar os recursos investidos.

Tributação

Os rendimentos recebidos e ganhos de capital por investidores pessoa física são isentos de Imposto de Renda (IR) mas a cobrança de IOF pode acontecer na fonte no momento da venda conforme a tabela regressiva dos primeiros 29 dias em fundos com estrutura de renda fixa.

Desvantagens

Riscos dos fundos de investimento em infraestrutura

Os FI-Infra possuem risco de crédito, quando um dos emissores de títulos em sua carteira não honra com os pagamentos acordados.

Existe também o risco de marcação a mercado quando, por exemplo, há uma alta na taxa de juros que desvaloriza os títulos em carteira ou então um evento de liquidez, quando vários gestores vendem ativos em carteira, seja pelo risco ou para honrar os resgates no caso de fundos abertos, causando uma abertura do chamado “spread” do mercado secundário e também desvalorizando os títulos na carteira do FI-Infra.

Apesar de sua legislação permitir que tenham uma data de vencimento, a grande maioria dos FI-Infra tem um prazo indeterminado de vencimento e não permitem que suas cotas sejam resgatadas pelos investidores.

Custos dos FI-Infra

Assim como nos demais fundos de investimento disponíveis no mercado, os fundos de investimento em infraestrutura também embutem uma série de custos, que devem ser levados em conta na hora de aplicar.

O primeiro é a chamada taxa de administração, que remunera a equipe por trás da gestão do fundo e a estrutura de distribuição do fundo. O percentual cobrado varia conforme o fundo e o gestor.

Outro custo associado ao investimento em fundos é a taxa de performance, cobrada quando o desempenho do fundo supera o benchmark e funciona como uma espécie de remuneração extra à equipe de gestão pelo resultado atingido com a carteira.

A taxa de colocação, por sua vez, é uma comissão pela comercialização das cotas dos fundos de investimento com cotas negociadas em bolsa. 

Como investir em FI-Infra

Para evitar surpresas, a boa e velha pesquisa é fundamental antes de investir em fundos de investimento.

Leia com cuidado os documentos que acompanham a lâmina do fundo, conhecidos como prospecto e regulamento. Neles é possível encontrar detalhes essenciais para sua tomada de decisão.

É importante buscar fundos que tenham uma carteira pulverizada para diminuir o risco de crédito de um único emissor ou projeto. A diversificação geográfico também é um ponto de atenção assim como prestar atenção se o perfil do FI-Infra pesquisado tem um viés de High Grade, quando a qualidade do crédito na carteira é elevada e seus retornos tendem a serem mais baixos, ou então um High Yield, que tem opções mais arriscadas em troca de uma rentabilidade maior.

Não existe um tipo certo ou errado, apenas opções que se encaixam no perfil de risco do investidor e seus objetivos.

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