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Entre 157 moedas, o real é a 6ª que mais desvalorizou em relação ao dólar no ano

Só as moedas de Líbano, Egito, Nigéria, Gana e Sudão do Sul depreciaram mais do que a nossa

Ações, real, bovespa
Foto: Adobe Stock Photo

O dólar jogou água no chope da festa de 30 anos do real. A moeda brasileira, que faz aniversário nesta segunda (1º), é a que mais perdeu valor entre as das grandes economias neste ano.

Pior, até. Uma análise do InvestNews com 157 moedas que o BC acompanha mostra que apenas as de Líbano, Nigéria, Egito, Sudão do Sul e Gana depreciaram mais que a nossa neste ano.

O dólar fechou o primeiro semestre, na última sexta (29), a R$ 5,589 (pela Ptax, a cotação apurada pelo BC). Uma alta de 14,82% no ano.

Entre os países emergentes, os pares do Brasil na economia global, a Argentina ficou com a medalha de prata: alta de 12,81% do dólar frente ao peso. E o bronze foi para a Turquia. O dólar subiu 10,96% ante a moeda deles, a lira turca.

Quando você olha só para as moedas dos países ricos, uma surpresa: o iene teve uma depreciação próxima à do real. O dólar ficou 13,96% mais caro em moeda japonesa.

Num grupo que contabiliza as 10 moedas mais fortes + 10 moedas de emergentes, só duas tiveram desempenho positivo frente ao dólar: o rublo, da Rússia, e o rand, da África do Sul (libra esterlina e rúpia indiana ficaram estáveis):

Já na lista geral, a de 157 moedas, 35 se fortaleceram frente à moeda americana, e 26 acabaram no mesmo patamar.

A volatilidade de cada moeda

Os mapas de calor abaixo mostram a volatilidade de cada moeda ao longo do primeiro semestre.

No caso das dez moedas mais fortes, as variações diárias do dólar são mais suaves, superando a variação de 1,70% em apenas três ocasiões no semestre todo:

Nos países emergentes, a variação foi mais intensa, claro, principalmente no México e na Rússia, variando entre quedas de quase 4% a altas próximas de 5% em um único dia.

Junho, o mês do desgosto

Boa parte da alta do dólar no ano veio no mês passado, com a deterioração da confiança na parte fiscal aliada ao temor de que Lula indique um nome leniente com a inflação para a presidência do Banco Central, a partir do ano que vem.

Olhando para o passado recente, porém, a situação do real segue mais favorável que a enfrentada entre 2020 e 2021, auge do pânico com a pandemia.

708% de inflação em 30 anos

A inflação acumulada nesses 30 anos de real foi de 708%. Bastante. No mesmo período, a do dólar ficou em 112%. Mas isso não significa que a moeda foi mal-sucedida. Nos 30 anos anteriores, entre 1964 e 1994, nossa inflação foi de 1.173.405.728.814.662% – 1,17 quatrilhão por cento.

Temos aí um número que não cabe no cérebro. Fala-se em quatrilhões na hora de estimar coisas como o número de grãos de areia no planeta, não quando o assunto são índices de preços. Isso dá uma ideia do que significa viver sob hiperinflação – a moeda se converte em lixo. Fato é o real matou a hiperinflação. Missão cumprida.

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