A decisão sai na quarta-feira (10). Segundo dados da ferramenta CME FedWatch, quase 90% do mercado aposta em corte. Tesouradas nos juros tendem a favorecer as criptomoedas, ao diminuir a atratividade dos ativos de renda fixa.
“As apostas de redução de 0,25 ponto passaram a dominar o cenário, o que estimulou uma migração gradual para ativos de risco”, disse Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank.
Para a especialista, o tom da comunicação do Fed após a reunião deve definir o apetite por risco no curto prazo e influenciar diretamente o fluxo dos ETFs (fundos negociados em bolsa) americanos de bitcoin.
Esses fundos gigantes vinham registrando saídas – o ETF da BlackRock, por exemplo, teve a maior sequência de retiradas da história. Mas, na sexta-feira (5), os dez produtos americanos inverteram o movimento e somaram US$ 54 milhões em entradas, segundo dados da SoSoValue.
A volta do debate da “tulipa digital”
Apesar do clima mais favorável com a decisão de juros, um debate ressurgiu: seria o bitcoin uma “tulipa digital”?
A discussão veio da colunista Merryn Somerset Webb, da Bloomberg, que comparou o BTC à bolha das tulipas do século XVII, marcada pela disparada e pelo colapso dos preços dessas flores na Holanda.
Segundo a jornalista, o preço do bitcoin muda ao sabor de narrativas que estão sempre em transformação, mas é impossível prever qual delas, de fato, vai mover a cripto: a adoção por parte de instituições, a demanda dos ETFs, as regulamentações etc.
“Sem fluxo de caixa esperado e sem 3.000 anos de correlação com a inflação (estou olhando para você, ouro), não há como precificá-lo. Talvez acabe sendo ouro digital. Talvez tulipas digitais”, disse.
O comentário chamou atenção de colegas. Nas redes sociais, o analista sênior de ETFs Eric Balchunas, que também faz parte da Bloomberg, discordou da comparação.
Para ele, as tulipas subiram e ruíram em cerca de três anos – um ciclo curto com apenas um colapso. Já o bitcoin levou uns seis ou sete golpes pesados e mesmo assim voltou a atingir máximas históricas, além de sobreviver por 17 anos.
“Só essa resistência já basta para abandonar a comparação com as tulipas – sem falar que o bitcoin ainda está cerca de 250% acima nos últimos três anos e subiu 122% no ano passado. A questão é que algumas pessoas simplesmente odeiam esse ativo e querem irritar quem gosta dele”, afirmou.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:
Bitcoin (BTC): +2,53%, US$ 91.747,26
Ethereum (ETH): +2,86%, US$ 3.134,78
XRP (XRP): +2,37%, US$ 2,09
BNB (BNB): +1,75%, US$ 908,08
Solana (SOL): +3,70%, US$ 137,80
Outros destaques do mercado cripto
Minerar cripto no Brasil ficou mais barato. Notícia boa para quem quer minerar criptomoedas no Brasil. O governo federal zerou o imposto de importação para equipamentos usados na atividade. A resolução inclui estações completas de armazenagem e resfriamento de servidores – aquelas máquinas parrudas que sustentam a operação. Lembrando que minerar exige poder computacional pesado e um consumo de energia nada modesto.
Gestora brazuca abre previsões cripto para 2026. O pessoal do setor de moedas digitais já começou a soltar previsões para 2026. A gestora brasileira Hashdex – dona do HASH11, o maior ETF cripto do país – foi uma das primeiras. Segundo a casa, três temas vão dominar o próximo ano: o “cripto dólar” (as stablecoins ligadas à moeda americana), a tokenização (transformar ativos em tokens) e o uso de inteligência artificial no mercado. E vocês? Acham que o segmento caminha mesmo nessa direção?
Hermanos com criptomoedas nos bancos. O Banco Central da Argentina estuda liberar os bancos do país para oferecer serviços de criptomoedas aos cidadãos. Uma exchange local disse ao jornal La Nación, um dos principais da nação, que isso pode rolar já no primeiro semestre de 2026. Se aprovado, o movimento deve turbinar ainda mais a adoção cripto por lá. Vale lembrar: nossos hermanos já são o segundo maior mercado da América Latina, atrás apenas do Brasil.