Os mercados brasileiros viveram hoje uma dia de reviravoltas. Primeiro, os investidores se mantiveram no modo espera atentos à decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deixou os juros inalterados entre 4,25% e 4,5% ao ano. Mas pouco minutos após o comunicado do Fed, o presidente dos EUA Donald Trump soltou uma bomba: assinou a ordem executiva pela qual subia para 50% a alíquota total sobre as exportações brasileiras – a expectativa era de que o documento fosse divulgado na sexta-feira. O choque derrubou a bolsa e fez o dólar subir com força.

Mas em 15 minutos tudo mudou. O mercado percebeu que a supresa trouxe outra surpresa: a ordem executiva elevou a alíquota total para 50%, mas elencou centenas de excessões à nova tarifa, que incluem produtos sensíveis, como petróleo, aeronaves, peças aeronáuticas e papel e celulose.

O tarifaço, na verdade, veio em uma versão “light”. No fim das contas, a Embraer, assim como companhias como Klabin e Suzano foram poupadas da penalidade. O segmento de suco de laranja também. Houve, porém, setores importantes que ficaram de fora das isenções, como café, carnes e outros produtos agrícolas.

De qualquer modo, o alívio reverteu o rumo dos mercados locais. O dólar à vista fechou a quarta-feira em alta, mas abaixo dos R$ 5,60 e distante do pico do dia. A moeda norte-americana à vista fechou o dia em alta de 0,36%, aos R$ 5,5885. No ano, porém, a divisa acumula queda de 9,56%.

O dólar à vista chegou a marcar uma cotação mínima R$5,5469 (-0,39%) às 15h46, quando as exceções à tarifação dos EUA ao Brasil já haviam sido divulgadas.

Embraer tem dia de estrela

Já o Ibovespa fechou em alta, tomando fôlego na parte da tarde após decreto do presidente norte-americano, Donald Trump, excluir vários itens da tarifa de 50% para produtos brasileiros, incluindo aeronaves e algumas peças, o que fez as ações da Embraer dispararem.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro avançou 0,94%, a 133.972,39 pontos. O Ibovespa chegou a cair para 131.882,74 pontos na mínima do dia, antes das confirmações das isenções.

A ação ordinária (ON) da Embraer subiu 10,93% a R$ 76,25. Klabin ON registrou avanço de 0,70% para R$ 18,68, enquanto a Suzano ON teve alta de 0,64% a R$ 52,18.

A Petrobras PN registrou uma elevação de 1,02% cotada a R$ 32,77. Já a WEG, outra companhia no radar do mercado devido ao potencial impacto das tarifas, teve alta de 0,74% para R$ 36,85.

Ainda nesta quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgará sua decisão sobre a taxa básica Selic, hoje em 15%. O mercado precifica amplamente a manutenção da taxa neste patamar. Mais do que a decisão em si, os agentes estarão atentos às indicações para os próximos encontros do colegiado.