É isso que a equipe de research da gestora suíça 21Shares – que administra US$ 11 bilhões e é responsável por alguns dos maiores ETFs de cripto do mercado – disse em call realizada nesta quarta-feira (19).
O estrategista-chefe Adrian Fritz falou que esse momento chegará quando “as pessoas usarem blockchain e criptos diariamente sem nem perceber”, como para enviar dinheiro para seus familiares. Hoje, vale dizer, isso já acontece com stablecoins, mas não é algo tão difundido ainda.
No momento atual, segundo a gestora, as criptos funcionam mais ou menos como os primórdios da internet, quando era preciso perguntar “você está online?” no aplicativo de mensagens MSN para a outra pessoa da conversa. Atualmente, a tecnologia se tornou invisível.
Futuro cripto é “bem chato”
Para a casa, esse futuro está sendo construído agora, com diversas plataformas pavimentando a infraestrutura do setor cripto. Só que a transição deve ser menos glamourosa do que muita gente imagina.
“Eu pessoalmente acho que o futuro de cripto e da blockchain é, na verdade, bem chato. Sei que, por causa da volatilidade dos mercados, pode parecer estranho dizer isso agora, mas tudo o que está sendo construído é infraestrutura financeira melhor, mais rápida, mais eficiente e mais barata. No longo prazo, isso vai se misturar à forma tradicional como vivemos”, afirmou Fritz.
Tokenização
Um dos grandes condutores desse avanço, segundo a gestora, será a tokenização – a transformação de ativos do mundo real (como imóveis, obras de arte ou títulos financeiros) em tokens negociáveis em blockchain.
Dados do banco britânico Standard Chartered apontam que já existem US$ 35 bilhões em ativos tokenizados no mundo (excluindo stablecoins). A projeção é que esse número dispare para US$ 2 trilhões até 2028 – valor equivalente ao PIB do Brasil em 2024.
Um exemplo de case de sucesso citado pela 21Shares é o Polymarket, uma plataforma de previsões na blockchain em que usuários apostam em eventos futuros – lá tem de tudo um pouco, de decisões de política monetária nos EUA até quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vai cair.
Nas eleições americanas do ano passado, as probabilidades calculadas pelo Polimarket ficaram mais próximas do resultado real do que pesquisas tradicionais, como as feitas pela CNN, disse Eliezer Ndinga, head de estratégia e desenvolvimento de negócios da 21Shares.
