O otimismo dos investidores em relação aos mercados emergentes atingiu o nível mais alto em mais de dois anos, de acordo com a pesquisa trimestral do HSBC com 100 gestores de recursos. Cerca de 44% dos entrevistados agora têm uma perspectiva otimista para os mercados emergentes nos próximos três meses, de acordo com a pesquisa, que analisou fundos que administram um total de US$ 414 bilhões em mercados emergentes. Esse número representa um aumento em relação a março, quando 36% dos investidores expressaram otimismo em relação ao setor, e marca o maior índice desde março de 2023.

“O consenso ainda é de que as ações de mercados emergentes apresentarão alta nos próximos três meses e também devem superar as ações de mercados desenvolvidos”, disse o economista do HSBC Murat Ulgen, que liderou a pesquisa.

Guerra no radar

A pesquisa falou com investidores entre 2 de maio e 18 de junho, período que coincidiu com a recuperação dos ativos emergentes, após a liquidação de abril, desencadeada pelos anúncios de tarifas do presidente Donald Trump.

A pesquisa também captou o aumento das tensões entre Irã e Israel e a sinalização do Federal Reserve (Fed), que indica que é improvável que corte as taxas de juros em um futuro muito próximo. Durante o período da pesquisa, o índice de ações de mercados emergentes da MSCI valorizou-se mais de 6%, enquanto o índice de moedas atingiu máximas históricas, com alta de 2,6%.

A pesquisa mostrou um ligeiro aumento na proporção de visões pessimistas, que subiu de 10% em março para 14%. No entanto, a diferença de sentimento líquido — a diferença entre as respostas otimistas e pessimistas — aumentou para 30%, contra 26% na pesquisa anterior.

O sentimento em relação às moedas de mercados emergentes continuou a se fortalecer, com a queda do dólar.

Também houve mudanças notáveis ​​nas preferências regionais — a América Latina permanece em alta, com melhora do sentimento em relação a todas as classes de ativos na região. No entanto, o posicionamento líquido na Ásia diminuiu, o que Ulgen atribuiu a “preocupações com o impacto de tarifas recíprocas na região”.

A pesquisa também revelou um aumento nas alocações de caixa para 5,6% dos ativos sob gestão, ante 4,9% em março. Isso indica um maior grau de cautela, especialmente devido ao recrudescimento das tensões no Oriente Médio desde o ataque aéreo israelense de 12 de junho contra o programa nuclear iraniano.