O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou para o jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (26) que o governo está analisando taxar dividendos ou até mesmo cortar gastos sociais. Isso se, de fato, o governo não consiga reverter a decisão do Congresso, que derrubou os decretos que iriam aumentar o IOF.
Haddad disse que o governo tem três possibilidades. “Uma é buscar novas fontes de receita, o que pode ter a ver com dividendos, com a questão do petróleo”. O ministro afirmou, no entanto, que a decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A segunda alternativa seria aumentar as verbas públicas: “Além dos R$ 30 bilhões [já contingenciados], seriam mais R$ 12 bilhões. Vai pesar para todo mundo. Vai faltar recurso para a saúde, para a educação, para o Minha Casa, Minha Vida.”
E a terceira opção seria judicializar a decisão. Para Haddad, na visão dos juristas do governo, a derrubada do decreto pelo Congresso é “flagrantemente inconstitucional”.
Haddad classificou como um “baita acordo” com o Congresso as novas alíquotas, mas disse que foi surpreendido com a votação de ontem.
O ministro informou que vai continuar defendendo a justiça tributária para “reduzir impostos sobre os mais pobres e elevar a carga para os mais ricos”. “O que nós estamos defendendo de tão grave? Que o rico que não paga imposto passe a pagar.”